Por Bruna Medeiros Uaqui, Terça Livre
O Ministro da Economia, Paulo Guedes, confirmou o que o jornal Terça Livre já havia previsto. Em 2020 houve um plano orquestrado pelo Presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ) e pelo Governador de São Paulo, João Doria (PSDB), para conseguir o impeachment do Presidente Jair Messias Bolsonaro.
Segundo o Ministro, outros governadores e pessoas da justiça também estavam ligados a essa articulação, o que levou Guedes a ligar para todos os Ministros do Supremo Tribunal Federal a fim de dissolver o ardiloso plano de impeachment.
O Ministro contou ainda que João Doria, em telefonema, recomendou-lhe sair do governo e “salvar” sua biografia porque o governo não duraria mais de 60 dias.
“Houve sim um movimento para desestabilizar o governo. Não é mais ou menos não, tinha cronograma. Em sessenta dias iriam fazer o impeachment. Tinha gente da Justiça, tinha o Rodrigo Maia, tinha governadores envolvidos. O Doria ligou para mim e disse assim: ‘Paulo, é a chance de salvar a sua biografia. Esse governo não vai durar mais de sessenta dias. Faz um favor? Se salva’”, recomendou João Doria quando ligou ao Ministro Guedes.
Paulo Guedes acrescentou que a demissão do ex-Ministro da Educação, Abraham Weintraub, foi uma tentativa de apaziguar as tensões políticas decorridas do vídeo da reunião ministerial de (22/04) e pacificar as relações do Executivo com o STF.
“Liguei para cada um dos ministros do Supremo para tentar entender o que estava acontecendo. Conseguimos desmontar o conflito ouvindo cada um deles. O ministro Gilmar Mendes, por exemplo, sugeriu que o governo deveria dar um sinal, caso estivesse realmente interessado em pacificar as relações. A demissão do Weintraub foi uma sinalização. Liguei também para o ministro Barroso e para o ministro Fux”.
Ainda nesta entrevista à Veja, Guedes contou que, após manifestação do Supremo para apreender os telefones do Presidente, Jair Messias Bolsonaro quase desistiu das conciliações e pensou em organizar uma passeata para colocar o Supremo no seu lugar, antes de ser preso.
O Ministro interferiu nesta situação e sugeriu que o Presidente mandasse Weintraub para o Banco Mundial.
“Disse que estávamos caindo numa armadilha, que o script já estava montado, que aquilo era inapropriado. Os generais presentes me apoiaram. Sugeri ao presidente mandar o Weintraub para o Banco Mundial, em junho. A partir daí, as coisas se acalmaram entre o governo e o STF”, revelou o Ministro.
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