A executiva municipal do PSDB decidiu, na segunda-feira (23), rejeitar por unanimidade os pedidos de expulsão de José Luiz Datena, candidato do partido à prefeitura de São Paulo. Cerca de 41 filiados pediram ao partido a expulsão do jornalista.
Os pedidos acusavam Datena de violar o estatuto do PSDB, que afirma prezar pelo pluralismo de ideias e o debate democrático, ao agredir fisicamente Pablo Marçal.
Os autores dos pedidos argumentavam que a ação de Datena “feriu gravemente os valores democráticos”, sendo “inadmissível” dentro de um partido que defende o respeito às diferentes opiniões.
“Somente com uma ação firme e clara contra esse tipo de comportamento poderemos preservar o legado de responsabilidade social, bom senso e equilíbrio que o PSDB sempre defendeu”, diz um trecho da petição.
Guilherme Ruiz Neto, advogado do PSDB em São Paulo, declarou à CNN que as acusações contra Datena foram consideradas “infundadas”.
Ele explicou que o partido entendeu que Datena agiu em “legítima defesa”, mesmo sem que houvesse uma agressão física direta por parte de Pablo Marçal, candidato do PRTB.
Embora Datena conte com o respaldo da cúpula tucana, o apoio a ele não é consensual entre os membros do PSDB.
A decisão de lançar um candidato próprio ou apoiar a reeleição de Ricardo Nunes (MDB) gerou divisões internas ao longo do primeiro semestre, culminando na saída de todos os vereadores do partido na Câmara Municipal de São Paulo.
Datena não se arrepende de agressão
Durante a sabatina promovida pelo SP1, da TV Globo, nesta segunda-feira (23), José Luiz Datena disse que não se arrepende de ter agredido Pablo Marçal durante o debate eleitoral da TV Cultura.
“Não quero fazer uso desse fato em campanha política. Não é um ato de democracia. É um ato de defesa, mas não é um ato de democracia. É uma coisa que não me orgulha, de forma alguma, e eu não aconselho ninguém a fazer isso”, afirmou o tucano.
“Eu não consegui resistir. Tive uma atitude humana. O gesto de parar aqueles ataques, não me arrependo absolutamente”, disse o candidato do PSDB.
“Me arrependo, é claro, de um gesto lamentável como esse acontecer em um debate, que é um espaço democrático. Agora, se faria de novo, é evidente que não faria ” completou.