Uma delegação formada por parlamentares brasileiros de extrema esquerda estará em Washington DC, nos Estados Unidos, entre os dias 29 de abril e 2 de maio, para uma série de reuniões com congressistas do Partido Democrata dos Estados Unidos. O objetivo desses encontros é abordar questões descritas como “ameaças à democracia” no Brasil.
Entretanto, o foco da discussão não estará nos excessos do Supremo Tribunal Federal (STF), personificados pelo ministro Alexandre de Moraes. Em vez disso, o grupo buscará apresentar aos congressistas americanos uma demanda fundamentada na narrativa de que o Brasil enfrentou uma tentativa de golpe em 8 de janeiro de 2023, ao mesmo tempo em que discute estratégias eficazes para censurar as redes sociais, com a justificativa de combater a “disseminação de notícias falsas”.
Os brasileiros participarão de encontros com membros do House January 6th Committee, em uma iniciativa do instituto Vladimir Herzog.
Humberto Costa (PT), que será acompanhado na viagem por Jandira Feghali, do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), e por representantes de outros partidos com histórico de apoio a ditaduras globais, alegou que existe um movimento coordenado para “minar a democracia”.
“A gente vê um movimento orquestrado com o propósito de minar a democracia. Há uma proliferação inacreditável de desinformação e ataques em massa aos países democráticos e às suas instituições. É preciso que possamos ampliar o diálogo para resistir à ofensiva dos extremistas e fortalecer a democracia no mundo”, afirmou o petista.
Na agenda da comitiva brasileira estão programados encontros com os deputados Jamie Raskin, Ocasio-Cortez, Bernie Sanders, Susan Wilde e outros parlamentares que participaram da investigação sobre a ocupação do Capitólio nos EUA.
De acordo com uma apuração do jornal Gazeta do Povo, o bilionário Elon Musk também deve ser um tema de discussão nas reuniões nos EUA. Recentemente, Musk esteve envolvido em um embate com o ministro Alexandre de Moraes nas redes sociais, questionando as decisões do magistrado relacionadas à suspensão de perfis e à censura na plataforma X (antigo Twitter), que pertence ao empresário sul-africano.
Musk tem sua presença marcada para uma audiência na Câmara dos Estados Unidos em 8 de maio, centrada nas discussões sobre os “Twitter Files” – uma série de reportagens reveladoras que apresentaram e-mails trocados entre funcionários do Twitter, expondo a pressão exercida tanto pelo governo dos Estados Unidos quanto por autoridades brasileiras, incluindo Alexandre de Moraes, para a remoção de conteúdos e a censura de perfis nas redes sociais.