A oposição protocolou nesta segunda-feira (09), no Senado, o pedido de impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Os parlamentares conseguiram reunir 151 assinaturas de deputados federais e obter o apoio de mais de um milhão de brasileiros por meio eletrônico.
A formalização do documento no sistema da Casa é aguardada nas próximas horas. O deputado Gustavo Gayer (PL-GO) é o autor do pedido.
Senadores conservadores decidiram não assinar o documento, argumentando que isso poderia gerar suspeitas sobre um eventual julgamento de Moraes no Senado.
O texto protocolado destaca que o magistrado foi acusado de forjar provas, cercear a liberdade de expressão e abusar do poder com o intuito de perseguir opositores políticos.
Esses argumentos justificariam, portanto, a abertura de um processo por um suposto crime de responsabilidade cometido por Moraes.
O pedido foi entregue diretamente no gabinete do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). A decisão depende da aprovação do senador, que é o chefe do Poder Legislativo.
No entanto, o político mineiro já declarou que não tomará nenhuma medida para dar prosseguimento ao impeachment de Moraes.
De acordo com a apuração do site Metrópoles, o Senado nunca avançou com um pedido de impeachment contra ministros do STF.
Alexandre de Moraes lidera o ranking de pedidos, com um total de 23, incluindo o protocolado nesta segunda-feira. Em seguida, está o ministro Luís Roberto Barroso, com 18 pedidos, e, em terceiro lugar, o ministro Gilmar Mendes, com seis.
7 de setembro e o grito do povo
No sábado (07), Dia da Independência do Brasil, foi realizada uma grande manifestação na Avenida Paulista, em São Paulo, em apoio ao impeachment do ministro e à liberdade de expressão.
Com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no caminhão de som, ao lado de dezenas de deputados federais, senadores, jornalistas e influenciadores conservadores, mais de 60 mil pessoas vestidas de verde e amarelo gritaram “Fora Alexandre de Moraes” e “Abaixo a Ditadura”, frases que também estavam estampadas em cartazes.
No mesmo dia, após o desfile militar em Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu autoridades para almoço com churrasco. Entre os convidados estavam Alexandre de Moraes e Rodrigo Pacheco.