Oposição no Senado apresenta contra-relatório para rebater conclusões da PF sobre Bolsonaro e Valdemar

O título do documento é: “Golpe de estado ou enredo dos Trapalhões? Um indiciamento que parece encomendado”.

Por Redação Epoch Times Brasil
02/12/2024 19:51 Atualizado: 02/12/2024 19:51

A oposição no Senado Federal apresentou um contra-relatório de 33 páginas, com o objetivo de refutar as conclusões da Polícia Federal (PF) sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, no contexto de um inquérito que investiga uma alegada tentativa de golpe de Estado no Brasil, em 2022.

O documento elaborado pelo gabinete do senador Rogério Marinho (PL-RN), atual líder da oposição, questiona o conteúdo do relatório final da PF, que possui 884 páginas e afirma que as conclusões seriam “encomendadas”.

“O relatório da Polícia Federal apresenta uma série de contradições que comprometem a fundamentação de suas conclusões. O relatório apresenta uma visão distorcida da realidade. Interpreta diálogos e livres manifestações do pensamento como crimes de opinião ou atos preparatórios de crimes que exigem para sua implementação emprego de violência ou grave ameaça, o que não existiu”, sustenta o contra-relatório.

O texto da oposição aponta “contradições”, “falta de evidências” e “fragilidades jurídicas” no relatório da PF, sugerindo que as acusações contra os indiciados não possuem provas substanciais.

“Essas discrepâncias foram agrupadas em categorias: contradições narrativas, falta de evidências conclusivas e contradições no papel das Forças Armadas, fragilidades jurídicas que impactam a validade dos indiciamentos e conclusões sobre fake news”, completa o documento apresentado por Marinho.

O relatório oposicionista declara não ter sido comprovada nenhuma conexão direta entre Bolsonaro e o planejamento do suposto golpe. O texto defende que o ex-presidente apenas expressou opiniões sobre as urnas eletrônicas, sem qualquer envolvimento com ações criminosas.

Em relação a Valdemar, o documento também refuta a ideia de que o presidente do PL teria conhecimento sobre falhas no relatório das urnas eletrônicas, bem como em relação a qualquer plano de golpe, argumentando que não existem provas concretas para sustentar essas alegações.

Relatado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o inquérito da PF contém 37 indiciados, dentre eles membros da alta cúpula do governo Bolsonaro.

Além do ex-presidente da República e Valdemar, também figuram o general Augusto Heleno, o tenente-coronel Mauro Cid e o ex-assessor especial para assuntos internacionais, Filipe Martins.

Estes são os 37 indiciados pelo inquérito da PF:

  • Ailton Gonçalves Moraes Barros
  • Alexandre Castilho Bitencourt Da Silva
  • Alexandre Rodrigues Ramagem
  • Almir Garnier Santos
  • Amauri Feres Saad
  • Anderson Gustavo Torres
  • Anderson Lima De Moura
  • Angelo Martins Denicoli
  • Augusto Heleno Ribeiro Pereira
  • Bernardo Romão Corrêa Netto
  • Carlos Cesar Moretzsohn Rocha
  • Carlos Giovani Delevati Pasini
  • Cleverson Ney Magalhães
  • Estevam Cals Theophilo Gaspar De Oliveira
  • Fabrício Moreira De Bastos
  • Filipe Garcia Martins
  • Fernando Cerimedo
  • Giancarlo Gomes Rodrigues
  • Guilherme Marques De Almeida
  • Hélio Ferreira Lima
  • Jair Messias Bolsonaro
  • José Eduardo De Oliveira E Silva
  • Laércio Vergilio
  • Marcelo Bormevet
  • Marcelo Costa Câmara
  • Mario Fernandes
  • Mauro Cesar Barbosa Cid
  • Nilton Diniz Rodrigues
  • Paulo Renato De Oliveira Figueiredo Filho
  • Paulo Sérgio Nogueira De Oliveira
  • Rafael Martins De Oliveira
  • Ronald Ferreira De Araujo Junior
  • Sergio Ricardo Cavalieri De Medeiros
  • Tércio Arnaud Tomaz
  • Valdemar Costa Neto
  • Walter Souza Braga Netto
  • Wladimir Matos Soares