A oposição no Senado Federal apresentou um contra-relatório de 33 páginas, com o objetivo de refutar as conclusões da Polícia Federal (PF) sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, no contexto de um inquérito que investiga uma alegada tentativa de golpe de Estado no Brasil, em 2022.
O documento elaborado pelo gabinete do senador Rogério Marinho (PL-RN), atual líder da oposição, questiona o conteúdo do relatório final da PF, que possui 884 páginas e afirma que as conclusões seriam “encomendadas”.
“O relatório da Polícia Federal apresenta uma série de contradições que comprometem a fundamentação de suas conclusões. O relatório apresenta uma visão distorcida da realidade. Interpreta diálogos e livres manifestações do pensamento como crimes de opinião ou atos preparatórios de crimes que exigem para sua implementação emprego de violência ou grave ameaça, o que não existiu”, sustenta o contra-relatório.
O texto da oposição aponta “contradições”, “falta de evidências” e “fragilidades jurídicas” no relatório da PF, sugerindo que as acusações contra os indiciados não possuem provas substanciais.
“Essas discrepâncias foram agrupadas em categorias: contradições narrativas, falta de evidências conclusivas e contradições no papel das Forças Armadas, fragilidades jurídicas que impactam a validade dos indiciamentos e conclusões sobre fake news”, completa o documento apresentado por Marinho.
O relatório oposicionista declara não ter sido comprovada nenhuma conexão direta entre Bolsonaro e o planejamento do suposto golpe. O texto defende que o ex-presidente apenas expressou opiniões sobre as urnas eletrônicas, sem qualquer envolvimento com ações criminosas.
Em relação a Valdemar, o documento também refuta a ideia de que o presidente do PL teria conhecimento sobre falhas no relatório das urnas eletrônicas, bem como em relação a qualquer plano de golpe, argumentando que não existem provas concretas para sustentar essas alegações.
Relatado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o inquérito da PF contém 37 indiciados, dentre eles membros da alta cúpula do governo Bolsonaro.
Além do ex-presidente da República e Valdemar, também figuram o general Augusto Heleno, o tenente-coronel Mauro Cid e o ex-assessor especial para assuntos internacionais, Filipe Martins.
Estes são os 37 indiciados pelo inquérito da PF:
- Ailton Gonçalves Moraes Barros
- Alexandre Castilho Bitencourt Da Silva
- Alexandre Rodrigues Ramagem
- Almir Garnier Santos
- Amauri Feres Saad
- Anderson Gustavo Torres
- Anderson Lima De Moura
- Angelo Martins Denicoli
- Augusto Heleno Ribeiro Pereira
- Bernardo Romão Corrêa Netto
- Carlos Cesar Moretzsohn Rocha
- Carlos Giovani Delevati Pasini
- Cleverson Ney Magalhães
- Estevam Cals Theophilo Gaspar De Oliveira
- Fabrício Moreira De Bastos
- Filipe Garcia Martins
- Fernando Cerimedo
- Giancarlo Gomes Rodrigues
- Guilherme Marques De Almeida
- Hélio Ferreira Lima
- Jair Messias Bolsonaro
- José Eduardo De Oliveira E Silva
- Laércio Vergilio
- Marcelo Bormevet
- Marcelo Costa Câmara
- Mario Fernandes
- Mauro Cesar Barbosa Cid
- Nilton Diniz Rodrigues
- Paulo Renato De Oliveira Figueiredo Filho
- Paulo Sérgio Nogueira De Oliveira
- Rafael Martins De Oliveira
- Ronald Ferreira De Araujo Junior
- Sergio Ricardo Cavalieri De Medeiros
- Tércio Arnaud Tomaz
- Valdemar Costa Neto
- Walter Souza Braga Netto
- Wladimir Matos Soares