A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta terça-feira (10), em parceria com autoridades italianas, a Operação Mafiusi, contra uma rede internacional de narcotráfico. No Brasil, foram cumpridos 9 mandados de prisão preventiva em Votorantim e Boituva, no interior de São Paulo, e um na Espanha.
Os agentes brasileiros também cumpriram 31 mandados de busca e apreensão em Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Roraima. Foram decretadas medidas para sequestrar imóveis e bloquear bens, contas bancárias e aplicações dos investigados, somando R$ 126 milhões.
A Operação contou ainda com o apoio do Ministério Público Federal, da Receita Federal, da Procuradoria-Geral da República, da Guarda Civil Espanhola, além da Eurojust, Europol e Interpol.
Dois grupos criminosos interligados
De acordo com a PF, a ação desmantelou dois grupos criminosos interligados, responsáveis pelo tráfico de grandes quantidades de cocaína da América do Sul para a Europa.
As investigações mostraram que os criminosos eram de São Paulo e tinham ligação com o tráfico brasileiro e organizações mafiosas italianas que atuam no Brasil. Eles operavam uma rede complexa, com o Porto de Paranaguá (PR) como principal ponto de saída e o Porto de Valência, na Espanha, como ponto de chegada.
Os traficantes também usavam aeronaves privadas para transportar cocaína até a Bélgica, onde membros do grupo recebiam a droga antes da fiscalização nos aeroportos.
Segundo a PF, o entorpecente era transportado oculto em contêineres com cargas como cerâmica, louça sanitária ou madeira, utilizando um método conhecido como “rip on-rip off”.
Além do tráfico internacional de drogas, o grupo criminoso estava envolvido em um complexo esquema de lavagem de dinheiro, movimentando bilhões de reais entre empresas e contas bancárias de fachada.
As investigações revelaram que os traficantes adquiriram bens por meio de transações fraudulentas, com movimentações financeiras que somaram cerca de R$ 2 bilhões entre 2018 e 2022.
As operações realizadas nesta terça-feira são desdobramentos da Operação Retis, que já havia desarticulado a logística do tráfico de drogas no Porto de Paranaguá.
A cooperação jurídica e policial entre agentes brasileiros e italianos, focada nesses criminosos, começou em 2019, após a prisão de dois membros da máfia italiana em Praia Grande, no litoral paulista.