Por Bruna Lima, Terça Livre
Na terça-feira (24), a Câmara dos Deputados divulgou a criação de uma comissão externa para acompanhar a investigação da morte de João Alberto Silveira Freitas, que ocorreu na semana passada em Porto Alegre, Rio Grande do Sul.
A comissão é coordenada pelo deputado Damião Feliciano (PDT-PB) e tem como integrantes, Benedita da Silva (PT-RJ), Bira do Pindaré (PSB-MA), Silvia Cristina (PDT-RO), Áurea Carolina (Psol-MG) e Orlando Silva (PCdoB-SP).
Segundo os deputados, a violência contra pessoas negras “não podem passar despercebidos pela sociedade, pelas autoridades e pelos políticos brasileiros”, o que eles não se lembram é do pequeno Rhuan Maycon da Silva Castro, torturado por vários anos, morto e esquartejado pela mãe e sua companheira em 2019.
Até 1° de junho de 2020, um ano da morte da criança, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) não havia julgado ainda as responsáveis pelo crime.
O corpo do menino foi encontrado por populares na madrugada do dia primeiro junho de 2019, esquartejado, dentro de uma mala deixada na quadra QR 425 de Samambaia, no DF.
Enquanto Rhuan Maycon permanece esquecido, a Organização das Nações Unidas (ONU) passou a condenar ‘racismo estrutural’ no Brasil após assassinato de João Alberto.
A porta-voz do escritório de direitos humanos da ONU, Ravina Shamdasani, disse hoje em Genebra que a morte foi “um exemplo extremo, mas infelizmente muito comum, da violência sofrida pelos negros no Brasil”.
“Isso oferece um retrato claro da persistente discriminação estrutural e racismo que os afrodescendentes enfrentam”, disse.
O caso que ganhou repercussão graças a grande mídia e aos grupos ideológicos está sendo investigado pela Polícia Civil em Porto Alegre.
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