O ministro Nunes Marques, vice-presidente do TSE, encaminhou à Procuradoria-Geral Eleitoral (PGE) uma denúncia apresentada por Guilherme Boulos (PSOL-SP) contra o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, por suposta disseminação de informações falsas.
A acusação surgiu após Tarcísio declarar, em 27 de outubro, durante o segundo turno das eleições municipais, que o Primeiro Comando da Capital (PCC) havia orientado votos em Boulos, que foi derrotado por Ricardo Nunes (MDB), reeleito prefeito.
A defesa de Boulos alega que o governador tentou influenciar o eleitorado, violando o Código Eleitoral, ao divulgar informações inverídicas que tiveram ampla repercussão.
Na ocasião, Tarcísio estava ao lado de Nunes, ambos usando adesivos de campanha, o que, segundo os advogados de Boulos, caracterizaria uma ação coordenada.
“Teve o salve. Houve interceptação de conversas e de orientações. Uma facção criminosa orientando moradores de determinadas áreas a votarem em determinados candidatos. Com o serviço de inteligência, houve essa interceptação”, afirmou Tarcísio de Freitas.
A Secretaria de Estado dos Negócios da Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) informou que o Sistema de Inteligência da Polícia Militar “interceptou a circulação de mensagens atribuídas a uma facção criminosa” que orientavam a escolha de candidatos à prefeitura na capital paulista, além de Sumaré e Santos.
O despacho de Nunes Marques é de 5 de novembro, com a intimação da PGE ocorrendo em 7 de novembro. Após a análise da Procuradoria, o ministro decidirá se o caso seguirá adiante.
O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) afirmou que não recebeu relatórios sobre a suposta orientação de votos pelo PCC.
A Secretaria de Segurança Pública, entretanto, informou que a Polícia Militar interceptou mensagens da facção com recomendações de voto em cidades como Sumaré, Santos e São Paulo.
Até agora, Tarcísio não comentou a denúncia. Boulos quer que a denúncia leve a uma investigação ou a uma acusação formal.