Novo líder da Câmara também é investigado na Lava Jato

05/05/2016 19:51 Atualizado: 05/05/2016 19:51

O deputado Waldir Maranhão (PP-MA) chega à presidência da Câmara dos Deputados, depois do afastamento do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), nesta quinta-feira (5). O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki, retirou Cunha liminarmente, acatando solicitação do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, feita em dezembro. Janot alegou, na ação, que o deputado estava obstruindo as investigações da Operação Lava Jato.

Mesmo assim, o mal-estar de ter um presidente da Câmara dos Deputados investigado vai permanecer com Waldir Maranhão. Da mesma forma que Cunha, Maranhão está sendo investigado pela Lava Jato. Conforme a assessoria de imprensa de Maranhão, ele possivelmente irá se reunir com líderes partidários ainda nesta quinta-feira para conversar sobre os compromissos da Casa. O presidente interino da Câmara já se encontra com auxiliares em sua casa, em Brasília, para analisar como conduzirá os trabalhos da Casa.

Conselho de Ética

Por ser aliado de Cunha, Maranhão resolveu delimitar a investigação no Conselho de Ética sobre o então presidente da Casa. Desse modo, o peemedebista ficará isento de ser investigado quanto às acusações de que teria recebido propina, segundo declaração de delatores da operação Lava Jato.

Leia também:
PGR pede inquérito contra Aécio, Renan e políticos do PMDB
Gilmar Mendes cancela MP de R$ 180 mi para propaganda do governo Dilma
Janot pede ao STF inquérito para investigar Dilma por obstrução à Justiça

Maranhão decidiu-se em abril, ao estipular que o ponto central da apuração no colegiado seja exclusivamente a suspeita de que Cunha seria signatário de contas bancárias ocultas no exterior e de que teria ocultado a existência delas ao depor à CPI da Petrobras, em março de 2015. Cunha negou reiteradamente ser o titular dessas contas e afirma apenas que é beneficiário de fundos geridos por trustes.

Lava Jato

Segundo as investigações, o doleiro Alberto Yousseff, julgado culpado por lavagem de dinheiro e investigado por crimes diversos na Lava Jato, disse que Waldir Maranhão foi um dos políticos do PP que receberam dinheiro através de uma empresa utilizada pelo doleiro para a distribuição de propina resultante de contratos da Petrobras. O presidente interino da Câmara, todavia, ainda não passou a ser réu como Cunha.

Maranhão também responde, fora a investigação da Lava Jato, a outros dois inquéritos que correm no STF, nos quais é acusado de lavagem de dinheiro e ocultação de bens, direitos ou valores. O deputado do PP tem também no currículo outros questionamentos na Justiça Eleitoral. Suas contas de campanha de 2010 para deputado foram rejeitadas pelo Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão (TRE-MA).