Nova Indústria Brasil expande orçamento para R$ 507 bilhões e busca incentivar descarbonização

Iniciativa amplia recursos para modernização do setor industrial e inclui medidas voltadas à sustentabilidade e inovação tecnológica.

Por Danielle Dutra
08/01/2025 13:38 Atualizado: 08/01/2025 13:38

A Nova Indústria Brasil (NIB), uma política industrial brasileira que busca fortalecer o setor, entrou em uma nova fase segundo a Confederação Nacional das Indústrias (CNI). O Plano Mais Produção (P+P), que concentra os recursos financeiros da NIB, teve seu orçamento ampliado de R$ 300 bilhões para R$ 507 bilhões.

Desde a regulamentação do programa Mover, em março, até dezembro, as empresas anunciaram investimentos que somam R$ 2,2 trilhões, a serem realizados até 2029​.

Entre os financiadores estão Banco do Nordeste (BNB), Banco da Amazônia (BASA), Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, BNDES, Finep e Embrapii. 

Depreciação acelerada e modernização industrial

Outro destaque é o programa de depreciação acelerada, que permite que até 50% do valor de máquinas adquiridas seja deduzido do lucro real no ano de compra e o restante no ano seguinte.

Com orçamento de R$ 3,4 bilhões para 2024 e 2025, apenas 4% dos recursos foram utilizados pela indústria até o momento.

Empresas de 23 setores podem se beneficiar, no entanto, saldos não utilizados não serão transferidos para o ano seguinte​.

Sustentabilidade e modernização

Em dezembro, o BNDES realizou a primeira emissão de Letras de Crédito do Desenvolvimento (LCDs), através de empréstimos que atingiram R$ 9,075 bilhões para serem usados em investimentos industriais. 

Além disso, a NIB também ampliou o escopo ambiental com a Lei n. 15042, que criou o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões. A expectativa é que a indústria brasileira possa aproveitar para se alavancar já que usa fontes de energia renovável e limpa como a hidrelétrica.

No mercado de carbono, empresas que emitem menos gases poluentes do que suas metas vendem créditos de carbono para outras que precisam emitir mais do que é permitido.

Apesar disso, esse mercado enfrenta diversos problemas. A necessidade de adquirir créditos de carbono para compensar emissões pode aumentar os custos operacionais de indústrias maiores e mais produtivas. Esse aumento afeta a competitividade das empresas brasileiras no mercado internacional.

Para se adaptarem às novas regulamentações, as indústrias também precisarão investir em tecnologias mais limpas. Isso representa despesas significativas que podem impactar o fluxo de caixa e a capacidade de investimento em indústrias pouco produtivas como a brasileira.

A adaptação às novas regulamentações do mercado de carbono requer ainda que as indústrias desenvolvam capacidades para monitorar, relatar e verificar suas emissões de gases poluidores. Esse processo é complexo e demanda recursos adicionais, desviando o foco e investimentos de outras atividades produtivas.