Nova fase da Lava Jato mira grupo dono da Friboi

01/07/2016 15:08 Atualizado: 01/07/2016 15:08

Deflagrada nesta sexta-feira (1º), nova fase da Operação Lava Jato chamada de Operação Sepsis, tem como alvo o doleiro Lucio Funaro, ligado ao deputado Eduardo Cunha. A nova operação ao mesmo tempo cumpre mandados de busca e apreensão despachados pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), nas empresas do grupo J&F, dona da JBS Friboi. Os mandados estão sendo cumpridos nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Pernambuco e Distrito Federal.

Mandados de busca também foram cumpridos pela PF na casa de Joesley Baptista, acionista e presidente da J&F Investimentos, e nas empresas Eldorado, sua ramificação na área de celulose, e a Cone Multimodal.

O fato desencadeador da nova etapa da Lava Jato foi a delação premiada de Fábio Cleto, ex-vice-presidente da Caixa Econômica Federal no governo Dilma Rousseff, que ao mesmo tempo está relacionado a Cunha. Sua delação revelou fraudes no FI-FGTS, fundo de investimento que possui R$30 bilhões em carteira e é conhecido como “mini-BNDES”.

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Milton Lyra, empresário ligado ao presidente do Senado, Renan Calheiros, é outro alvo desta fase da Lava Jato, no domínio do STF. A PF cumpriu mandados de busca e apreensão na residência de Lyra.

Inquérito aberto no STF pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para investigar Cunha, defende que aliados do presidente da Câmara fizeram mais de 30 requerimentos de convocação, pedidos de documentos e pedidos de auditorias em várias comissões da Câmara, até mesmo na CPI da Petrobras, para fazer pressão sobre o grupo empresarial Schahin e favorecer o doleiro Lucio Funaro.

Um contrato foi assinado entre o grupo Schahin e a empresa Cebel, Centrais Eletricas Belém, para realizar as obras da hidrelétrica. Aconteceu um acidente: uma barragem se rompeu, causando uma disputa judicial.

Como representante da Cebel, Lucio Funaro exigiu o ressarcimento do prejuízo da Schahin no valor de R$ 1 bilhão. Para obter o pagamento, teria sido ajudado pelo presidente da Câmara para fazer pressão sobre a Schahin. Funaro, afirmam os investigadores, pagou Eduardo Cunha com três empresas e dois automóveis, no valor total de R$ 180 mil, em 2012.