Por Brehnno Galgane, Terça Livre
O Ministério Público Federal (MPF), na terça-feira (27/10), pediu para o Ministério da Saúde explicar os motivos de priorizar a vacina contra a covid-19 desenvolvida pelo laboratório AstraZeneca com a Universidade de Oxford. A Procuradoria quer saber também a motivação técnica para a pasta ter cancelado a compra da substância chinesa, produzida em parceria com o Instituto Butantan, de São Paulo.
Em 21 de outubro, o presidente Jair Bolsonaro decidiu invalidar o acordo firmado pelo Ministério da Saúde para a compra de 46 milhões de doses da CoronaVac.
Para o MFP, “não haveria motivos para privilegiar uma [vacina] em detrimento da outra, caso os resultados dos testes sejam satisfatórios nos 2 casos”. O órgão também questiona se a compra foi realmente cancelada. “Em caso positivo, qual o atual planejamento? Quais as justificativas técnicas para o novo direcionamento e quais os quantitativos de vacinas previstos?”.
Conforme informou o site Brasil Sem Medo, o órgão ainda enviou ofícios para a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), o governo de São Paulo e o Instituto Butantan.
Da parte da Anvisa, a Procuradoria deseja saber sobre os embasamentos científicos usados para considerar inicialmente apenas a vacina de Oxford no calendário de vacinação.
Já ao Butatan, o órgão requer os “termos em que firmado o acordo com o Ministério da Saúde, bem como informações sobre a etapa de testes em que se encontra a CoronaVac e a previsão de finalização de cada estágio dos procedimentos para sua aprovação pela Anvisa”.
Também pediu “a prestação de informações sobre as etapas do processo de testes da CoronaVac e sobre o protocolo de intenções firmado com o Ministério da Saúde e seus desdobramentos posteriores”.
O MPF também quer saber se o Butantan recebeu alguma justificativa pela “demora na liberação das importações de insumos para produção da vacina”.
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