MPF prorroga força-tarefa da Lava Jato em Curitiba até 2018

01/08/2017 18:30 Atualizado: 01/08/2017 18:30

O Conselho Superior do Ministério Público Federal (CSMP) tomou a decisão na manhã desta terça-feira (1º) de estender por mais um ano as investigações da força-tarefa de procuradores da Operação Lava Jato no Paraná, chefiada pelo procurador da República Deltan Dallagnol.

Com isso, a estrutura vigente de 14 procuradores permanecerá ao menos por mais um ano sob a responsabilidade da procuradoria em Curitiba. A próxima procuradora-geral da República, Raquel Dodge, não tomou parte da reunião do Conselho e, portanto, não teve chance de emitir opinião quanto ao destino do grupo.

Procuradores e promotores componentes da força-tarefa da Lava Jato na própria Procuradoria-Geral da República que investigam políticos com foro privilegiado, deixaram transparecer certa resistência a trabalhar com Raquel. O certo, até agora, é que o grupo ficará sob o comando de Rodrigo Janot até ele deixar o cargo em setembro.

Coordenada pelo procurador Deltan Dallagnol, a força-tarefa da Lava Jato foi criada em 2014 por decisão do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Na época, apenas seis procuradores investigavam os crimes envolvendo agentes públicos, empresários e a Petrobras, o que mais tarde se revelou como o maior esquema de corrupção já descoberto no País.

Após votações de algumas pautas, o quarto suplente de Raquel Dodge no Conselho apareceu e reclamou por não ter sido chamado para a reunião. Janot, então, disse que não havia tido tempo hábil para convocar suplentes. Devido à discussão, Janot sugeriu que suspendessem a sessão até a chegada do primeiro suplente, o que aconteceu logo. Ele participará das outras votações do Conselho nesta terça-feira.

Foram abertos até agora pela operação Lava Jato 1.700 processos de investigação e levados a termo 844 mandados de busca e apreensão, 210 de conduções coercitivas e 104 prisões temporárias. Segundo informações atualizadas da PGR, até o momento, um total de 157 investigados foram condenados. As condenações somam 1.563 anos de prisão. Através de acordos de delação premiada foram recuperados R$ 10,3 bilhões desviados dos cofres públicos.

A prorrogação dos trabalhos do MPF na Lava Jato suaviza o choque do desmonte da força-tarefa da Polícia Federal que trabalhava nas investigações. A tarefa foi transmitida à Delecor (Delegacia de Combate à Corrupção e Desvio de Verbas Públicas) do Paraná.

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