Em pronunciamento no Plenário nesta quinta-feira (8), o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) criticou a operação Tempus Veritatis (hora da verdade, em latim) da Polícia Federal para investigar as acusações de tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. O Supremo Tribunal Federal (STF) ordenou a apreensão do passaporte do ex-presidente Jair Bolsonaro e a prisão preventiva de quatro pessoas, entre elas seu ex-assessor Filipe Martins e o coronel da reserva Marcelo Costa Câmara.
O presidente nacional do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, também é alvo da operação e foi preso em flagrante por posse ilegal de arma.
Na avaliação do senador, a operação “está sendo misturada” com outras investigações, como a que apurava fraude no cartão de vacinação do ex-presidente, com o objetivo de suprimir a oposição política no país.
“Tudo está sendo misturado para alcançar indistintamente opositores políticos, inclusive o principal partido de oposição [PL]. As medidas persecutórias variam segundo as circunstâncias (…). Estamos caminhando para a implantação de um regime autoritário. O que se vislumbra nessa onda de apreensões deflagradas hoje é a intenção de caracterizar as manifestações da população como fruto de uma conspiração golpista, desqualificando toda e qualquer forma de protesto” disse Mourão.
Mobilização
A Polícia Federal expediu hoje, ao todo, 33 mandados de busca e apreensão, quatro mandados de prisão preventiva e 48 medidas cautelares. O senador ainda pediu mobilização pacífica da sociedade contra o que considera “arbítrios que o STF vem cometendo”.
“Conclamo a todos que, por meio de palestras, entrevistas, artigos, postagens nas redes sociais, possamos mobilizar a sociedade” afirmou.