O senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), em pronunciamento no Plenário, nesta segunda-feira (4), declarou estar preocupado com o impacto da fala do presidente brasileiro na COP 28, que é realizado até 12 de dezembro em Dubai, nos Emirados Árabes. Mourão criticou a proposta de Lula sobre a criação de uma governança global para questões climáticas.
“A Liga das Nações não prosperou […] Da Segunda Guerra Mundial emergiu a Organização das Nações Unidas, que, ao longo dos últimos anos, tem se mostrado totalmente ineficiente e ineficaz no sentido de impedir que conflitos ocorram e de que mortes e atentados continuem a nos abalar quase que diariamente […]. Imagina, em tema tão complexo como a questão da transição energética […]. Se americanos e chineses não se assentarem à mesa, não vai haver acordo nenhum […] chega a ser até infantil essa ação do nosso presidente” disse.
Ainda durante sua fala na tribuna, o senador enfatizou que o Brasil poderia atuar como “potência regional” a fim de intermediar possíveis acordos para evitar o iminente conflito entre Venezuela e Guiana. Segundo ele, o resultado do referendo promovido por Nicolás Maduro no último domingo (3) pode ter sérias consequências. O parlamentar lembrou que a população venezuelana foi consultada sobre a anexação da província de Essequibo, um território pertencente à Guiana, mas reivindicado pela Venezuela desde 1841.
“Nosso governo tem o dever de trabalhar assim, sob pena de vermos um conflito em nossa fronteira e, pior ainda, vermos aumentar o êxodo de refugiados, sejam venezuelanos, sejam guianenses, para dentro do nosso território e, especificamente, para dentro do estado de Roraima, estado que até hoje não é perfeitamente integrado ao restante da nação, uma vez que há mais de dez anos se luta para que se estabeleça uma linha de transmissão para a produção de energia do Centro-Sul do país para o estado de Roraima, que até hoje consome energia produzida por usinas termoelétricas a óleo” enfatizou.
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