Após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) rejeitar por unanimidade o pedido de cassação do mandato do senador Sergio Moro (União) nesta terça-feira (21), o parlamentar concedeu uma entrevista coletiva para comentar a decisão. Moro declarou que o Tribunal respeitou o voto dos quase dois milhões de paranaenses que o elegeram.
Apesar de manter seus direitos políticos, o ex-juiz descartou a possibilidade de concorrer à Presidência da República em 2026. O senador destacou que continuará a fazer oposição a Lula, mas ressaltou que a “polarização política não faz bem a ninguém”.
“Em 26, estarei defendendo um outro projeto de poder, mas o fato é que devemos diminuir a temperatura política. Essa polarização, o revanchismo não fazem bem a ninguém. Oposição, sim, mas sem alimentar esse revanchismo”, afirmou.
Moro ainda pediu uma “baixa na temperatura política” e elogiou o TSE.
“Muita gente afirmava que o meu mandato seria cassado. Ontem, o TSE confirmou a decisão do TRE-PR, mostrando que há juiz em Curitiba. Essa decisão com brilho próprio definiu que a opinião pública é unânime. Temos que nos orgulhar do nosso Judiciário. O TSE fez julgamento técnico e imparcial. Pudemos ver votos muito sólidos. Lei e Justiça estavam ao meu lado”, disse o senador.
Votaram a favor de Moro os sete ministros da Corte: Floriano de Azevedo Marques, André Ramos Tavares, Cármen Lucia, Kassio Nunes Marques, Raul Araujo, Isabel Galloti e Alexandre de Moraes.
Em seu voto, Moraes afirmou que compreende o que é ser ameaçado pela facção criminosa PCC, citando a operação da Polícia Federal que desvendou um plano para sequestrar Moro. O ministro argumentou que as despesas de Moro com segurança privada e carro blindado, questionadas pelos partidos nas ações, não deveriam ser contabilizadas como gastos eleitorais.
“(A ameaça do PCC) Não era uma invenção da cabeça dele. E acreditem aqueles que nunca precisaram disso, ninguém gosta de andar com segurança, com carro blindado”, afirmou Moraes.