O ministro-chefe da Secretaria Extraordinária da Presidência da República de Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, Paulo Pimenta, não compareceu à audiência marcada para a quarta-feira (3) na Câmara dos Deputados para prestar esclarecimentos sobre a importação de arroz. A ausência do ministro gerou críticas entre os parlamentares, que consideram a questão crucial devido às recentes enchentes que afetaram a produção agrícola no Rio Grande do Sul.
Pimenta, que tinha sido convidado para explicar as ações do governo federal, justificou sua ausência alegando compromissos previamente agendados. Entretanto, o não comparecimento aumentou a insatisfação de alguns deputados, que acusaram o governo de falta de transparência e de não priorizar a crise do setor agrícola.
Evair Vieira de Melo (PP-ES), deputado federal presidente do colegiado, ressaltou que o ministro foi desrespeito com o Parlamento, visto que rejeitou um convite feito por maioria da comissão. “Fica registrada minha indignação”, disse o deputado. Outros parlamentares concordaram que o ministro deverá ser convocado em breve.
Ex-diretor da Conab também foi convidado
Em meio a esse cenário, a Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados aprovou também um convite para ouvir Thiago José dos Santos, ex-diretor da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), sobre o leilão de arroz realizado pela entidade. A audiência – marcada para acontecer na quarta-feira (3) às 17h – está cancelada de acordo com o site da câmara.
Santos, que foi exonerado recentemente, alega que apenas seguiu ordens do Ministério da Agricultura e que sua demissão foi injusta. Segundo ele, o leilão de arroz seguiu todos os trâmites legais e foi realizado com o objetivo de regular o mercado e garantir a oferta do produto no país.
A convocação de Santos busca esclarecer os detalhes do leilão e entender se houve alguma irregularidade ou influência política no processo. O ex-diretor é esperado para prestar depoimento nas próximas semanas, onde terá a oportunidade de apresentar sua versão dos fatos e responder aos questionamentos dos parlamentares.
O governo defende que o leilão de arroz serve para regular o mercado e evitar o desabastecimento, mas a decisão enfrenta críticas de produtores rurais que alegam que a medida favoreceu grandes empresas estrangeiras em detrimento dos pequenos agricultores do Rio Grande do Sul e serviria para interferir diretamente nos preços de mercado.