Por Bruna Lima, Terça Livre
Em entrevista ao jornal Estadão divulgada no último dia 18, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, analisou a decisão da Corte que anulou as condenações do ex-presidente petista Luiz Inácio Lula da Silva.
De acordo com o magistrado, a Operação Lava Jato provocou um “colapso” no Judiciário do país, atingindo da primeira instância até o Superior Tribunal de Justiça (STJ), pois essas instâncias teriam sucumbido as “pressões políticas” da força-tarefa que comandou a operação em Curitiba.
O ministro Gilmar Mendes ressaltou ainda que o STF anulou as condenações contra o ex-presidente por questões processuais, ao concluir que os casos não deveriam ter ficado em Curitiba.
“Não foi uma absolvição”, declarou ele.
Ao ser perguntado se o ex-presidente Lula poderia pedir indenização ao por danos morais, o ministro respondeu: “Não sei se ele vai fazer, mas é uma questão a ser considerada”, afirmou.
Durante sua entrevista, o ministro ainda voltou a criticar o ministro Kassio Nunes Marques pelas recentes decisões que vem tomando no STF.
Os analistas políticos do Terça Livre comentaram sobre a declaração do magistrado ao Estadão.
“Normalmente, se discute se existe uma fidelidade à lei, como, por exemplo, em relação à competência do caso do Lula, se era Curitiba ou São Paulo. Acontece que no Brasil, quando vemos uma decisão dessa como a do ministro Gilmar Mendes, nós ficamos nos perguntando: só não se pode ser honesto no Brasil”, pontuou o jornalista Allan dos Santos.
“Sendo honesto, nós acabamos sendo enquadrados dentro de alguma lei, decreto, norma. Só ser bandido é o que vale a pena nesse país”, completou.
Conforme o Terça Livre noticiou, no último dia 15 de abril os ministro do Supremo Tribunal referendaram a decisão que anulou as condenações do ex-presidente petista e permite que Lula volte a se candidatar em 2022.
A confirmação da decisão monocrática tomada no dia 8 de março pelo ministro Edson Fachin foi dada por 08 votos a 03.
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