O ministro das Comunicações do governo Lula, Juscelino Filho, foi indiciado pela Polícia Federal sob suspeita de envolvimento em um esquema de desvio de emendas parlamentares no Maranhão. Segundo a investigação, o ministro teria usado sua influência política para favorecer empresas de aliados em contratos superfaturados.
A investigação conduzida pela PF revelou que as emendas parlamentares destinadas a projetos de infraestrutura no Maranhão foram desviadas por meio de contratos fraudulentos. Juscelino foi indiciado pelos crimes de corrupção passiva, fraude em licitações e organização criminosa.
Documentos apreendidos indicam que Juscelino, juntamente com outros agentes públicos, teria direcionado recursos para empresas ligadas a seus aliados políticos, que, por sua vez, superfaturavam os contratos e repassavam parte dos valores desviados aos envolvidos no esquema.
O relatório da PF foi enviado nesta terça-feira (11) ao Supremo Tribunal Federal, e o relator é o ministro Flávio Dino.
Além disso, os investigadores apuraram que o ministro teria utilizado sua posição para assegurar que os contratos fossem assinados sem a devida fiscalização. Essa prática teria permitido que as fraudes ocorressem de maneira mais discreta, dificultando a detecção dos desvios.
Durante a investigação, foram realizadas buscas e apreensões em diversos locais, incluindo a residência e o gabinete do ministro, com apreensão de documentos e equipamentos eletrônicos.
A PF também investiga a possível participação de outros políticos e empresários no suposto esquema de desvio de emendas. Segundo revelou o jornal O Globo, o dinheiro teria sido enviado por meio da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) para a pavimentação de ruas.
Juscelino Filho negou todas as acusações e afirmou que está à disposição das autoridades para colaborar com as investigações. Em nota oficial, o ministro declarou que confia na Justiça e que todas as acusações serão esclarecidas.
Em nota, o Ministério das Comunicações declarou que Juscelino é “alvo de uma acusação infundada” e é “o principal interessado na elucidação deste caso”.
“Sua conduta sempre foi pautada pela ética, responsabilidade social e utilização adequada dos recursos públicos para melhorar as condições de vida da população mais pobre”, diz a nota da pasta.
O governo Lula ainda não se pronunciou oficialmente sobre o indiciamento.