O Ministério da Saúde (MS) validou na quinta-feira (25) as confirmações dos primeiros óbitos por Febre do Oropouche no mundo, ocorridos na Bahia. A confirmação envolve duas mulheres que não possuíam comorbidades e não estavam gestantes. Os casos foram registrados nas cidades de Valença e Camamu, com as mortes ocorridas em 27 de março e 10 de maio, respectivamente.
Contexto dos óbitos e investigação
As autoridades estaduais, representadas pela diretora da Vigilância Epidemiológica Estadual, Márcia São Pedro, relataram que a comunicação com o Ministério da Saúde foi contínua desde o surgimento dos primeiros casos suspeitos. De acordo com ela, a colaboração buscava assegurar uma investigação epidemiológica detalhada e precisa.
As pacientes apresentaram sintomas característicos da Febre do Oropouche, como febre alta, dor de cabeça, dores retro-oculares e mialgia, que rapidamente evoluíram para condições graves, incluindo dor abdominal intensa, sangramentos e hipotensão.
Os óbitos foram confirmados pela Câmara Técnica Estadual da Diretoria de Vigilância Epidemiológica após uma investigação abrangente que incluiu a análise clínica e laboratorial, descartando outras doenças. Além disso, foi realizada uma análise metagenômica, que identificou o material genético do vírus Oropouche, responsável pela infecção.
Situação atual na Bahia
Até o dia 23 de julho de 2024, o Laboratório Central de Saúde Pública da Bahia (LACEN/BA) diagnosticou 835 amostras positivas para Febre do Oropouche, espalhadas por 59 municípios de sete macrorregiões de saúde. A maior concentração de casos está na macrorregião sul, com 58%, seguida pela macrorregião leste, com 39%. Esse aumento de casos levou as autoridades a intensificar as medidas de vigilância e controle, além de reforçar a comunicação com o público sobre os riscos da doença.
Sintomas e medidas de prevenção
A Febre do Oropouche é uma doença viral transmitida por mosquitos, que não possui tratamento específico.
Os principais sintomas incluem febre alta, dor de cabeça, dores musculares e articulares, dor retro-ocular, no fundo dos olhos, e, em casos mais graves, podem evoluir para sangramentos e hipotensão. A maioria dos casos é autolimitada, com recuperação completa, mas complicações podem ocorrer, especialmente em indivíduos com condições pré-existentes ou em casos de co-infecção.
O que fazer em caso de sintomas
Diante de sintomas compatíveis com a Febre do Oropouche, é crucial procurar atendimento médico para uma avaliação adequada. O diagnóstico é confirmado por exames laboratoriais, incluindo testes de PCR para identificar o material genético do vírus.
O tratamento é sintomático, focando no alívio dos sintomas, já que não há antivirais específicos para a doença.
Para prevenir a infecção, recomenda-se o uso de repelentes, especialmente em áreas com alta incidência de casos, e a eliminação de criadouros de mosquitos, como água parada em recipientes.
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