A ex-pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP), Michele Prado, aceitou depor na Câmara dos Deputados sobre a milícia digital criada e comandada pela primeira-dama do Brasil, Janja da Silva, para perseguir e difamar opositores do governo Lula. O convite partiu do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG). Ele anunciou que o requerimento está marcado para o dia 22, data a partir da qual será agendado o depoimento.
A denúncia sobre a existência da milícia digital de Janja partiu da própria ex-pesquisadora da USP, na terça-feira, 24. Em postagens na rede social X, Prado descreveu o bando como um “gabinete do ódio muito mais nocivo, virulento e preocupante, pois pauta o debate público, imprensa e governo”. Ela denunciou que seus integrantes manipulam a opinião pública como bem desejam, sempre aliviando o lulo-petismo e atacando críticos.
Em função dessas publicações, o Nikolas entrou, no mesmo dia, com um requerimento na Comissão de Comunicação da Câmara para convidar Prado a prestar esclarecimentos sobre sua denúncia. Porém, a pesquisadora se recusou a ir. O deputado reiterou que o convite seria mantido, caso ela mudasse de ideia – o que aconteceu um dia depois.
O parlamentar mineiro também acionou a Procuradoria-Geral da República (PGR) para apurar detalhes a respeito da milícia digital de Janja. Além disso, protocolou a convocação do ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom) do governo Lula, Paulo Pimenta, para prestar explicações a respeito do caso à Câmara Federal.
Polêmica teve início com fake news de Daniela Lima
Michele Prado fazia parte de um grupo de pesquisa da USP, chamado “Monitor do Debate Político do Meio Digital”. Ela afirma que foi expulsa do grupo porque corrigiu uma informação falsa divulgada pela âncora da Globo News, Daniela Lima, sobre publicações relacionadas à tragédia do Rio Grande do Sul.
Em retaliação, a ex-pesquisadora da USP foi insultada e sofreu assédio moral duas vezes por parte da apresentadora global, via Whatsapp.
Como consequência, Prado alega ter sofrido o que chama de “brutal campanha de cyberbullying” por parte da esquerda. Por se sentir lesada ao perder sua principal fonte de renda e se declarar mãe solo, resolveu denunciar a milícia digital coordenada por Janja.
O “janjismo”, nas palavras de Michele, funciona de modo a difamar todas as pessoas que ousem criticar o governo Lula, além de pautar academia, imprensa e o debate público. “São assédios coordenados e direcionados”, delata.
A pesquisadora diz que não irá comentar nada, por enquanto, sobre a relação entre sua saída do grupo da USP e Daniela Lima – comunicadora conhecida por ser uma das mais ferrenhas apoiadoras do consórcio PT-STF.