O Presidente Michel Temer compareceu ao encontro do G20, aproveitando a viagem para fazer negócios com a China.
Segundo o jornal Valor Econômico, há um plano para se criar uma estatal binacional, uma “Holding” para construção de ferrovias ligando a Bahia ao Tocantins até o ponto de interligação com a ferrovia Norte-sul.
Em recente artigo, o economista chinês, Mao Yushi, aponta que “as estatais da China são como cupins devorando os recursos do país. No entanto, o governo tem um grande interesse nas empresas estatais. Os presidentes dos conselhos e CEOs são todos nomeados pelo governo, e os grandes líderes das estatais são todos quadros do Partido Comunista de nível ministerial”.
Leia também
• Empresas estatais são como cupins e corroem riqueza da China
No Brasil, as estatais também exibem problemas de gestão e corrupção como nos casos da Petrobras e dos Correios. Em maio de 2008, a Petrobras chegou a valer na bolsa R$ 510,3 bilhões. Em 2016, após problemas de gestão e escândalos de corrupção, o valor de mercado caiu para R$ 73,7 bilhões.
Além do setor ferroviário, a China também possui interesse em investir nos setores de siderurgia, agronegócio e elétrico. As Hidrelétricas de Ilha Solteira e Jupiá e 23% das ações da CPFL — a maior distribuidora de energia do Brasil —, foram adquiridas pelos chineses.
Os argentinos também estão preocupados com os negócios com a China. O La Gran Época, edição em espanhol do Epoch Times, destaca que devido a abertura indiscriminada da importação com a consequente invasão dos produtos “Made in China”, haverá impacto negativo na indústria local, afetando não só a produção de emprego como a conservação das fontes de trabalho.
Além disso, a China está construindo na província de Neuquén, uma “estação do espaço longínquo” construída e gerida pela própria República Popular da China. Parlamentares e ex-funcionários do governo argentino questionam o acordo, alegando que este viola a soberania nacional, e também cogitam o seu possível uso para fins militares.
Leia também
• ABTO condena participação da China em Congresso Internacional de Transplantes de Órgãos
No encontro do G20, o Presidente defendeu que as principais economias do mundo trabalhem para gerar mais emprego. Temer disse que “Não há crescimento sustentável e inclusivo sem a criação de empregos de qualidade e promoção de trabalho decente”. Assim, se o objetivo é emprego decente, construir parcerias com governos totalitários, que abusam dos direitos humanos, vai na contra-mão do que foi pregado na fala do Presidente do Brasil durante o G20.