O mercado de trabalho brasileiro mostrou estabilidade, segundo a Carta de Conjuntura do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), em agosto. Os dados são baseados em estimativas da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), que monitora mensalmente a ocupação (emprego), desocupação (desemprego) e a força de trabalho.
Pessoas que desistiram de procurar emprego ou que não querem procurar por motivos como não encontrar trabalho, não conseguir trabalho adequado, não conseguir trabalho por ser considerado muito jovem ou idoso e não ter experiência profissional ou qualificação, não são considerados como desempregados ou desocupados.
Pessoas que se dedicam exclusivamente aos estudos, às tarefas domésticas, como donas de casa, ou que possuem seu próprio negócio, como empresas e MEI, também não são considerados como desempregados. Portanto, não entram no cálculo da taxa de desemprego.
O PNAD considera como desempregadas apenas as pessoas que estão sem trabalho e que buscaram ativamente emprego sem sucesso nas últimas semanas antes da pesquisa.
A população ocupada (PO) chegou a 102,9 milhões, um leve aumento de 0,4% em relação ao mês anterior, quando era de 102,4 milhões, indicando estabilidade no mercado de trabalho.
A força de trabalho, que inclui empregados e pessoas em busca de emprego, alcançou 110,2 milhões em agosto de 2024, um aumento de 0,3% em relação a julho, refletindo o tamanho da população economicamente ativa.
A taxa de desocupação, que indica o percentual de pessoas sem emprego e em busca de uma vaga, foi de 6,6%, uma queda em relação aos 6,7% de julho. Essa variação mínima aponta estabilidade no desemprego e pouca mudança no mercado de trabalho.
A taxa de subocupação, que mede o número de pessoas que trabalham menos de 40 horas semanais, mas gostariam de trabalhar mais, permaneceu estável em agosto, com 5,2 milhões de pessoas nessa situação.
A taxa de participação, que calcula o percentual da população em idade ativa no mercado de trabalho, foi de 62,4%, praticamente estável em relação aos 62,2% de julho.
Em termos de remuneração, os rendimentos médios reais, ajustados pela inflação, tiveram pouca variação. Os rendimentos habituais, que representam os salários regulares, chegaram a R$ 3.306,00, enquanto os rendimentos efetivos, que incluem ganhos extras, foram de R$ 3.360,00. Ambos registraram aumentos de 2,6% e 2,3%, respectivamente, em relação ao mês anterior.
A massa salarial, que representa o total de rendimentos pagos aos trabalhadores, também cresceu. A massa salarial habitual subiu 3,3%, e a efetiva aumentou 2,7%, refletindo o leve crescimento no número de ocupados e nos salários.
Por fim, o número de desalentados, pessoas que desistiram de procurar emprego por acharem que não conseguiriam uma vaga, foi de 3,1 milhões em agosto, uma queda de 4,4% em relação ao mês anterior. Esse dado ajuda a avaliar o nível de desânimo de uma parte da população em relação à busca por trabalho.