Mensalão: MPF desarquiva inquérito e Lula volta a ser investigado

10/08/2017 17:57 Atualizado: 15/08/2017 12:44

A Câmara de Combate à Corrupção da Procuradoria Geral da República (PGR) tomou a decisão de desarquivar uma investigação sobre um suposto pagamento de US$ 7 milhões da Portugal Telecom ao PT, para que o partido saldasse dívidas de campanhas eleitorais. Em decorrência do desarquivamento, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tornou a ser alvo de investigação no mensalão.

A acusação foi feita pelo operador do mensalão, Marcos Valério, o que ocasionou a instauração de um inquérito pela Polícia Federal (PF) em 2013. Valério acusou Lula e o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci de terem tratado em pessoa a transferência do dinheiro, num acordo dentro do Palácio do Planalto. De acordo com Valério, contas no exterior foram informadas a Miguel Horta, executivo da Portugal Telecom, para que ele tomasse a providência de efetuar os depósitos.

Dois anos depois, a PF declarou a ausência de indícios das transações, e a Procuradoria da República no Distrito Federal (PR-DF) solicitou que as investigações fossem arquivadas, em setembro de 2015.

Tendo por responsabilidade a revisão de procedimentos como arquivamentos de inquéritos, a Câmara de Combate à Corrupção decidiu pelo “retorno dos autos à origem, para que seja designado outro membro para continuidade das investigações”, segundo portaria assinada pela procuradora-chefe.

Depois da reunião da câmara em 29 de junho, a procuradora-chefe substituta da PR-DF, Ana Carolina Roman, nomeou novo procurador da República para atuar no processo, que a partir de agora terá a condução de Ivan Marx. As investigações já foram reiniciadas. A PF retirou os autos na PR-DF no último dia 4.

Mais de 20 pessoas já foram ouvidas pela PF no inquérito, entre elas Palocci e o ex-ministro José Dirceu. Na ocasião, os investigadores não detectaram indícios de prováveis pagamentos. As informações são do jornal O Globo.

A solicitação de arquivamento do inquérito foi realizada pelo procurador Frederico Paiva, com base nos resultados do relatório da PF em 2015. A Justiça Federal não concordou e, portanto, o caso teve de ser julgado na Câmara de Combate à Corrupção.

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