Cerca de 800 médicos do serviço público do Distrito Federal (DF) iniciaram uma greve por tempo indeterminado na manhã desta terça-feira (3).
A paralisação descumpre uma decisão do desembargador Fernando Habibe, do Tribunal de Justiça do DF, que na quarta-feira (28) havia ordenado a suspensão do movimento anunciado pelo SindMédico, sindicato que representa a categoria.
De acordo com o desembargador, a decisão judicial foi tomada para evitar comprometer o Sistema Único de Saúde (SUS) com possíveis “desdobramentos gravíssimos”. Em resposta ao descumprimento, o Habibe aumentou a multa diária de R$ 50 mil para R$ 200 mil.
Apesar da penalização, os grevistas realizaram uma manifestação em frente à sede da Secretaria de Saúde (SES-DF).
Além de melhorias salariais, a categoria reivindica novos concursos para preenchimento de cargos vagos, prioridade na mudança de local de trabalho conforme a classificação no concurso, melhores condições de trabalho, e mais investimentos no SUS, entre outras demandas.
“A paralisação é uma medida extrema adotada após sucessivas tentativas de negociação com o Governo do Distrito Federal, sem sucesso”, afirmou o presidente do SindMédico, Gutemberg Fialho.
“Não é só a situação de trabalho do médico que está ruim, é o próprio SUS que está desmoronando no DF”, acrescentou.
Segundo o sindicato, a greve continuará sem prazo para término até que o governo do DF aceite negociar com os grevistas.
“Reforçamos nosso compromisso com a saúde da população e pedimos a compreensão dos pacientes afetados por essa situação”, ressaltou Fialho.
A Secretaria de Saúde divulgou uma nota destacando que a greve dos médicos é considerada ilegal.
“A pasta entende que, em um regime democrático de direito, é legítima a luta sindical. Destacamos que o GDF tem envidado todos os esforços, mantendo o diálogo frente às demandas da saúde”, escreveu a SES-DF.
A decisão de entrar em greve foi tomada em assembleia no auditório do SindMédico no dia 14 de agosto.