O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou em 3 de maio a libertação de Mauro Cid, ex-Ajudante de Ordens de Jair Messias Bolsonaro, que estava preso devido a investigações sobre falsificações em cartões de vacinas.
No processo judicial 17 pessoas foram indiciadas, incluindo Mauro Cid, Jair Bolsonaro e Gabriela Cid, mulher de Mauro.
Cid disse que tudo o que fazia era apenas cumprir ordens de Bolsonaro mas no momento da prisão, Mauro Cid relatou para a Polícia Federal (PF) que as falsificações eram atitudes tomadas por ele e sem participação do ex-presidente.
Ele foi acusado de ter participação em outros crimes como venda de patrimônio do Estado, no caso das joias sauditas, participar de uma “milícia digital” e de contribuir para uma abolição violenta do Estado Democrático de Direito no dia 8 de Janeiro.
Foi então proposto a ele que fizesse uma delação premiada que beneficiaria a Cid e ajudaria nas investigações da PF. No dia 7 de Setembro de 2023, o ex-ajudante fez a delação e recebeu liberdade provisória no dia 9 de setembro pelo Ministro Alexandre de Moraes.
De acordo com o Uol, Mauro Cid informou em sua delação que Bolsonaro havia reunido os três comandantes do Exército, da Aeronáutica e da Marinha e que apenas o chefe da marinha havia endossado as ações de Bolsonaro.
Durante o período de liberdade, no dia 21 de março de 2023, um áudio gravado por Cid acabou sendo vazado onde ele fazia duras críticas às situações que ocorreram com ele antes da delação e que o teriam levado a realizar o depoimento.
“Eles queriam que eu falasse coisas que eu não sei, que não aconteceu… Eles já estão com a narrativa pronta. Eles não queriam saber a verdade… Eles são a lei agora. A lei já acabou há muito tempo. Eles são a lei. O Alexandre de Moraes é a lei. Ele prende, ele solta, quando ele quiser, como ele quiser… O único que teve pai, filha, esposa envolvidos fui eu” dizia os áudios.
No dia 22 de Março, ele foi convocado para prestar depoimento para confirmar a veracidade do áudio, o que poderia colocar a delação do dia 7 de setembro em risco de anulação devido às novas informações. No depoimento ele afirmou a autoria dos áudios mas que não havia sofrido pressões de policiais e nem da Justiça.
O ajudante de ordens foi novamente preso, porém a delação não foi cancelada.
Alexandre de Moraes disse que “apesar da gravidade das condutas”, não há mais necessidade de manter a prisão preventiva. Ele continuará cumprindo medidas cautelares como uso de tornozeleira eletrônica e proibição de uso de redes sociais.