Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, prestará um novo depoimento à Polícia Federal (PF) nesta terça-feira (19), em Brasília.
A audiência faz parte das investigações em curso, e o tenente-coronel, que colabora com a Justiça desde 2023, será interrogado sobre pontos ainda não esclarecidos pelas autoridades.
O depoimento deverá se concentrar nos dados apagados de seus dispositivos eletrônicos, recentemente recuperados pela PF.
Entre os tópicos em investigação estão a venda de joias recebidas por Bolsonaro de autoridades estrangeiras e a inserção de dados supostamente falsificados no sistema de vacinação do Ministério da Saúde.
Cid firmou um acordo de delação premiada em setembro de 2023, após ser preso na Operação Venire, que apura fraudes no registro de vacinação.
Libertado em setembro de 2023 por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), sua soltura foi condicionada ao compromisso de colaborar com as investigações.
Para que o acordo seja válido, Cid deve fornecer todas as informações sem omissões, sob risco de perder os benefícios acordados.
O inquérito sobre um suposto golpe de Estado foi adiado após a descoberta de novos elementos tanto em seus dispositivos quanto em materiais apreendidos com Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin.
Além das investigações sobre a vacinação, Cid, Bolsonaro e outras pessoas foram indiciados por fraudes no registro de vacinas, com ambos enfrentando acusações de inserção de dados falsos e associação criminosa.
O militar também foi preso em março por descumprir medidas cautelares e obstrução de Justiça, mas teve sua prisão revogada em maio de 2024, após decisão favorável do STF.