A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, participou de uma audiência na Comissão de Agricultura da Câmara na quarta-feira (16). Ela defendeu o aumento do orçamento e novas medidas para combater as queimadas. Apesar disso, a política ambiental do governo foi alvo de diversas críticas.
A audiência ocorreu em meio a críticas da oposição, que cobrou maior efetividade nas políticas ambientais. Deputados como Julia Zanatta (PL-SC) destacaram a falta de controle sobre as queimadas e criticaram a condução do governo nas questões ambientais.
“Muitas das dificuldades que a senhora está enfrentando eu passei na época do ministério. Por uma questão de enviesamento ideológico, secretarias de estado e órgãos federais não permitiam, por exemplo, que se fizesse a queima prescrita ou controlada no momento certo”, explicou a deputada.
Marina Silva destacou a necessidade de respostas rápidas e propôs uma estratégia nacional para enfrentar eventos climáticos extremos. Ela também reforçou a importância de fortalecer a governança climática e intensificar o combate ao desmatamento e queimadas ilegais.
“Aumentando os orçamentos, aumentando a nossa governança, inclusive criando novos paradigmas, como esse que falei sobre emergência antecipada: se nós decretarmos emergência climática antecipadamente, nós podemos estocar cesta básica, alimento, combustível e remédio até três a quatro meses antes”, argumentou a ministra.
A ministra defendeu a retomada de políticas ambientais de governos anteriores e o fortalecimento de órgãos como o Ibama e ICMBio, responsáveis por fiscalizar e combater crimes ambientais.
A ministra também mencionou o decreto que cria a Comissão Nacional para Redução das Queimadas, com foco em biomas como a Amazônia e o Pantanal, visando coordenar esforços para prevenir queimadas ilegais e desastres climáticos.
O deputado Evair Vieira de Melo (PP-ES) repudiou as falas de Marina, que considerou como “vitimismo”.
“Eu quero repudiar a forma de vitimização com que mais uma vez essa ministra se comporta aqui. Tem que dar parabéns para quem a treinou e até esse adestramento para ter essa postura”, afirmou Evair de Melo.
A base aliada defendeu as ações ambientais, ressaltando a conciliação entre proteção e desenvolvimento econômico, com foco na redução de emissões e agricultura sustentável. A oposição criticou, afirmando que as políticas enfraquecem o agronegócio.
Marina encerrou reafirmando o compromisso com o diálogo e com o desenvolvimento sustentável, sem comprometer o crescimento econômico.