Manifestação pacífica gera comoção, indignação e exige intervenção urgente

Praticantes de Falun Dafa do Brasil pedem o fim da perseguição da prática na China

24/07/2018 02:34 Atualizado: 04/08/2018 17:58

Por Epoch Times

Centenas de pessoas reagiram com espanto e consternação durante as manifestações pacíficas em São Paulo e em Brasília que denunciam o extenso genocídio de praticantes de Falun Dafa na China.

As notícias atuais sobre torturas, campos de trabalho forçado, milhares de mortes e especialmente sobre a extração maciça dos órgãos dos praticantes do Falun Dafa para a venda ilegal nos hospitais chineses chocaram e alertaram muitas pessoas sobre a grave situação de opressão e extermínio que vem sendo sofrida pelos praticantes sob a ditadura do regime chinês.

Praticantes de Falun Dafa em manifesto pacífico em São Paulo, contra a perseguição da prática na China, no dia 20 de julho de 2018 (Epoch Times)
Praticantes do Falun Dafa participam de manifestação pacífica em São Paulo contra a perseguição da prática na China, no dia 20 de julho de 2018 (Epoch Times)

Na última sexta-feira (20), completaram-se 19 anos da incessante perseguição e genocídio de praticantes do Falun Dafa na China, desde que em 1999 o regime chinês decretou a perseguição e o extermínio massivo dos praticantes com o objetivo de erradicar a prática no país.

O Falun Dafa, também chamado de Falun Gong, é uma prática chinesa ancestral para o aprimoramento da mente e do corpo. A partir de 1992 tornou-se pública na China e devido aos seus princípios espirituais e valores milenares e aos benefícios que trouxe para a saúde geral da população, tornou-se em poucos anos a prática mais apreciada e difundida na China. Pessoas de todas as esferas sociais, desde camponeses até eruditos, cientistas e membros do regime passaram a praticar e incentivar o Falun Dafa em todo país; durante anos, milhares de pessoas o praticavam aberta e gratuitamente em parques, praças, escolas e empresas.

Praticantes de Falun Dafa em manifesto pacífico em São Paulo, contra a perseguição da prática na China, no dia 20 de julho de 2018 (Epoch Times)
Praticantes do Falun Dafa participam de manifestação pacífica em São Paulo contra a perseguição da prática na China, no dia 20 de julho de 2018 (Epoch Times)

Entretanto, uma parte do comitê central do Partido Comunista Chinês (PCC), liderada pelo então ditador Jiang Zemin, era avessa ao Falun Dafa, porque este trazia princípios que faziam reflorescer a ética e a moralidade tradicionais da cultura chinesa, que durante décadas o PCC tentou à força arrancar do país e sufocar o povo chinês. Então, enquanto o Falun Dafa era difundido cada vez mais amplamente e o ambiente social se tornava cada vez mais harmônico, humano e espiritualizado, o primeiro ministro Jiang Zemin e parte do PCC articulavam estratégias para denegrir e arruinar cabalmente o Falun Dafa, o que incluía o assassinato de seus praticantes em larga escala, caso fosse necessário.

Praticantes de Falun Dafa em manifesto pacífico em São Paulo, contra a perseguição da prática na China, no dia 20 de julho de 2018 (Epoch Times)
Praticantes do Falun Dafa participam de manifestação pacífica em São Paulo contra a perseguição da prática na China, no dia 20 de julho de 2018 (Epoch Times)

Assim, depois de algum tempo, membros do regime começaram a usar as mídias estatais para difundir mentiras, denegrir e minar a boa imagem que a população tinha do Falun Dafa. Em troca de benefícios, pagamentos e promoções sociais, certas pessoas, intituladas pelos próprios membros do PCC como especialistas, eruditos e cientistas, eram colocadas em programas de televisão e estimuladas a falar mal do Falun Dafa e criar mentiras e informações duvidosas sobre a prática. Este tipo de iniciativa desleal foi aumentando rapidamente e outras estratégias mais sérias e contundentes foram sendo levadas a cabo pelo regime. Em pouco tempo, o PCC proibiu a reprodução e a circulação dos textos de ensino do Falun Dafa, confiscou esse material dos praticantes em várias cidades, os destruiu e queimou em locais públicos, veiculando tais eventos nas mídias estatais, e passou a considerar criminosas as pessoas que portassem os materiais do Falun Dafa.

Enquanto as difamações contra o Falun Dafa e seus praticantes cresciam e se tornavam mais agressivas nas mídias, os praticantes começaram a ser perseguidos e demitidos de seus empregos, a terem seus filhos perseguidos e expulsos de escolas e a serem agredidos pela polícia em várias partes do país. Muitos praticantes apelaram à justiça legal em departamentos de apelação do regime, mas quase sempre sem sucesso. Outros tantos fizeram manifestações públicas pacíficas e tentaram ser ouvidos pelo regime: membros moderados e isentos do PCC os acolhiam e atuavam de forma legal para protegê-los e continuar mantendo a prática pública e dentro da legalidade no país.

Praticantes de Falun Dafa em manifesto pacífico em São Paulo, contra a perseguição da prática na China, no dia 20 de julho de 2018 (Epoch Times))
Praticantes do Falun Dafa participam de manifestação pacífica em São Paulo contra a perseguição da prática na China, no dia 20 de julho de 2018 (Epoch Times)

Porém, em 20 julho de 1999, o ditador Jiang Zemin e a ala conservadora do PCC tomaram de forma absoluta o controle e as decisões do Partido e do regime e decretaram o início do genocídio dos praticantes do Falun Dafa no país.  Em menos de 1 mês cerca de 1 milhão de praticantes foram enviados a campos de trabalho forçado, prisões, centros de tortura e de lavagem cerebral e as notícias de mortes de praticantes passaram a ser ouvidas por toda a China.

No final do ano de 1999 surgiram as primeiras denúncias na ONU de torturas, abusos e assassinatos de praticantes, incluindo assassinatos para a extração e venda dos órgãos dos praticantes em hospitais chineses.

O cenário brutal dessa perseguição é vasto e chocante, porque foi calculado e premeditado para levar esse grupo humano não só ao extermínio, mas para torná-lo uma fonte de lucro contínuo através da venda dos órgãos dos praticantes assassinados. O Partido Comunista Chinês não só se empenhou em exterminar esses milhões de pessoas, como criou uma estrutura complexa, envolvendo os sistemas político, judiciário, policial, militar, prisional, médico e hospitalar, para sistematizar e usar essas mortes para o enriquecimento dos membros do PCC e de seus associados em diversos níveis e esferas da sociedade chinesa.

Praticantes de Falun Dafa em manifesto pacífico em São Paulo, contra a perseguição da prática na China, no dia 20 de julho de 2018 (Epoch Times)
Praticantes do Falun Dafa participam de manifestação pacífica em São Paulo contra a perseguição da prática na China, no dia 20 de julho de 2018 (Epoch Times)

Estamos diante de uma nova calamidade, nos moldes das mais aterrorizantes experiências humanas sob regimes ditatoriais. Nas palavras do ex-Secretário de Estado para Ásia e Pacífico, o canadense David Kilgour, em seu discurso no Parlamento Europeu: “Os contínuos assassinatos em toda a China de prisioneiros de consciência e outros inocentes para retirada de seus órgãos… se assemelham aos padrões do Congo do Rei Leopold, dos genocídios cambojanos, ruandeses e de Darfur e do Holocausto.”

As manifestações públicas e denúncias formais são um alerta e um pedido de socorro 

“Nossa, que horror! Eu não sabia que isso estava acontecendo. Isso é terrível! As pessoas precisam saber mais sobre tudo isso; isso é muito grave!”

Frases de espanto, comoção e indignação, como as da instrutora de Tai-Chi-Pai Lin, Syowa Sakate, foram ouvidas frequentemente durante as manifestações de apelo dos praticantes do Falun Dafa em São Paulo e em Brasília pelo fim desse genocídio.

As manifestações pacíficas em São Paulo ocorreram durante toda a manhã em frente ao Consulado Geral da República Popular da China, na Rua Estados Unidos, e da tarde à noite na Praça da Liberdade, bairro que concentra boa parte da comunidade chinesa da cidade.

Brasileiros e chineses receberam materiais informativos sobre a perseguição na China. Também leram nos painéis expostos pelos praticantes textos oficiais e denúncias de inúmeras autoridades internacionais sobre o genocídio e viram as fotos chocantes dos praticantes presos, torturados e mortos pelo regime chinês.

A maioria dos chineses locais passava mais distante dos painéis e somente alguns aceitavam os materiais oferecidos pelos praticantes do Falun Dafa na praça. Muitos têm medo de serem fotografados e denunciados ao consulado chinês: caso o consulado suspeite que eles sejam simpáticos à causa dos praticantes do Falun Dafa, eles podem sofrer certas sanções, como perdas de direitos e benefícios ainda no Brasil ou até serem mandados de volta à China, onde podem sofrer todo o tipo de sanções e perseguição por parte do regime chinês; isso é de conhecimento comum na comunidade chinesa local em São Paulo.

Mas nem todos os chineses locais são assim temerosos. O sr. Mike, um chinês alto e com um sorriso camarada (talvez um pouco receoso para declarar seu nome verdadeiro) aproximou-se de um dos praticantes que esclarecia os fatos do genocídio para uma família goianiense em visita a São Paulo e disse, em um português um pouco mal falado: “O que ele tá falando é tudo verdade. Essa prática é boa, mas não pode fazer na China. O regime pega. Primeiro perde trabalho; manda filho embora da escola. Depois tortura. É muito perigoso”. O pai daquela família goianiense então disse: “Nós sabemos disso. Lá na China se você digitar no computador a palavra Falun Gong ou outras coisas que o regime proíbe, você é rastreado e preso”. E completou: “Nós sabemos que os chineses daqui têm medo de falar disso que está acontecendo lá; eles têm medo de serem pegos aqui pelo consulado e serem levados de volta à força para lá”.

Muitas outras pessoas ficaram chocadas com as informações e queriam encontrar um modo de ajudar a deter os assassinatos de praticantes e o genocídio em curso na China. Os praticantes informavam-nas sobre a possibilidade de divulgarem esse genocídio por meio de documentários, sites, publicações, e até por meio de livros recentes sobre o assunto.  Listamos alguns desses a seguir.

Documentários:

Sites:

Um genocídio macabro, oculto e silencioso

Não só no Brasil como em dezenas de outros países têm ocorrido manifestações públicas e denúncias oficiais de autoridades para expor o que vem sendo considerado por diversas instituições internacionais e especialistas como o maior e mais cruel genocídio da atualidade.

Mas como um genocídio de tamanha extensão e características tão abomináveis permanece oculto para a maioria dos indivíduos de algumas sociedades? Por exemplo, no Brasil, somente cerca 1% da população sabe que um genocídio semelhante ao Holocausto está ocorrendo atualmente na China.

A resposta é que esse genocídio é executado de forma sistematizada e oculta pelo Estado chinês, que o absorve e o integra dentro da estrutura social organizada pelo próprio regime comunista chinês, desenvolvida para o controle popular e a repressão social.  Ou seja, o Estado chinês demoniza, desqualifica e isola o grupo a ser perseguido e dirige o genocídio para o interior de suas instituições, aprisionando, ocultando e submetendo o grupo perseguido ao extermínio dentro de todas as instâncias físicas – como prisões, campos de trabalho forçado, centros de lavagem cerebral, centros de tortura, manicômios – e esferas (i)legais  repressoras – mídias estatais, tribunais, ministério público, polícia, exército, agências secretas —, tornando assim o genocídio algo latente e contínuo, assimilado socialmente dentro do modelo de eliminação sistemática, oculta e persistente de grupos não-convenientes ao Estado, nesse caso o Falun Dafa e seus praticantes.

Faixa exposta em manifesto pacífico em São Paulo, contra a perseguição da prática na China, no dia 20 de julho de 2018 (Epoch Times)
Faixa exposta em manifestação pacífica em São Paulo contra a perseguição da prática na China, no dia 20 de julho de 2018 (Epoch Times)

Diferentemente dos genocídios ditos “quentes”, onde a perseguição, a violência e todos os tipos de abusos e maus-tratos são cometidos de forma explícita e intensa, esse tipo de genocídio organizado, sistemático, lento e contínuo, sofrido pelos praticantes do Falun Gong na China, onde o grupo perseguido é absorvido dentro da estrutura social organizada, repressora e aniquiladora do Estado, é classificado pelos estudiosos como genocídio “frio”, o qual é tão ou mais devastador do que o genocídio “quente”: “…a campanha de erradicação do Falun Gong é distinguível como um genocídio frio, já que é: (1) multidimensional — a destruição dos praticantes do Falun Gong não é apenas física, mas psicológica, social e espiritual; (2) sutil em termos de visibilidade; e é (3) normalizado na sociedade em que ocorre. A interação desses elementos invisíveis e não físicos da erradicação torna o genocídio frio do Falun Gong insidioso, poderoso e mortal. É também a interação desses fatores que levou este genocídio a ser sub-representado nos estudos de genocídio de hoje”.

Assim, hoje temos em andamento um genocídio de proporções e características alarmantes, tão grave, brutal e chocante quanto o Holocausto judeu, e que ainda agrega o requinte tecnológico, a total falta de ética humana e a voracidade econômica dos perpetradores, que transformaram milhões de cidadãos chineses pacíficos em estoque vivo para um sistema abominável de assassinatos por encomenda para o comércio criminoso de órgãos.

Então, o que faremos diante desse inaudível e invisível genocídio, que dia após dia vem consumindo vidas para fins absolutamente desumanos? Como poderemos dormir tranquilos enquanto as torturas brutais e a morte cruel vêm sendo a realidade cotidiana para milhões de cidadãos chineses inocentes? Essa é a nossa época, a época que cabe à nossa geração lutar contra uma nova atrocidade que destrói vidas humanas e coloca em xeque novamente os valores mais fundamentais da humanidade.