Por Jarbas Aragão, Gospel Prime
Entre as muitas especulações sobre a formação dos ministérios no governo de Jair Bolsonaro, o pastor Silas Malafaia, próximo ao presidente, garantiu que Magno Malta será ministro.
Ele disse à Folha de São Paulo que ouviu do mandatário eleito do país que Malta é uma peça importante em seu governo, descrito como “um cara vital e guerreiro”.
Desde a noite desta quarta-feira (31), o tema “Ministério da Família” – nome da pasta que reuniria Desenvolvimento Social e Direitos Humanos e entregue à Malta – está entre os temas mais comentados no Twitter.
Celebrado como uma boa notícia por muitos, a provável nomeação do senador irritou o PSOL de Guilherme Boulos. Na conta oficial do partido, a postagem o acusa – mesmo antes de qualquer anúncio oficial – de promover a “destruição de políticas sociais”. Enquanto não é confirmado como ministro, Magno Malta empenha-se no Congresso para ampliar a chamada Lei Antiterrorismo.
O projeto que está prestes a ser votado abre a possibilidade de enquadrar como “atos de terrorismo” ações de movimentos como MST e MTST.
Bolsonaro quer fundir os Ministérios do Desenvolvimento Social e dos Direitos Humanos no Ministério da Família e dar para Magno Malta. Negado pelas urnas, o futuro ex-senador parece ter achado a sua boquinha na destruição de políticas sociais.
— PSOL 50 (@psol50) November 1, 2018
Quase vice
O senador Magno Malta (PR/ES) chegou a ser convidado em março deste ano pelo então pré-candidato Jair Bolsonaro para ser seu vice na chapa majoritária. Mas preferiu tentar a reeleição para o Senado. Na ocasião, afirmou: “Minha vida está na mão de Deus. Do meu futuro não sei. A única coisa que sei é que o presidente será Bolsonaro, eu de vice ou não”.
Ele estava certo e o apoio constante ao capitão ao longo dos últimos anos lhe rendeu o status de um de seus homens de confiança. Após Bolsonaro ser vítima de um atentado à faca, Malta chegou a interromper sua própria campanha para ficar ao lado do amigo no hospital.
Formado em teologia, o parlamentar foi muitas vezes chamado de “pastor” pela mídia. Após o anúncio oficial de que o peselista estava eleito, ele conduziu junto com familiares e membros do “núcleo duro” do novo presidente uma oração de agradecimento, que acabou sendo transmitida ao vivo em rede nacional pelas maiores emissoras de TV do país.
Nesta quinta-feira (1º) foi anunciado como ministro do Desenvolvimento Social do futuro governo. Como as demais pastas, a sua terá um perfil diferente dos governos passados. As primeiras informações divulgadas dão conta de que deverá absorver a secretaria especial de Direitos Humanos.
Histórico combativo
Tanto Malta quanto Bolsonaro têm história na defesa da família e dos valores conservadores no Congresso Nacional.
O parlamentar nasceu na Bahia, mas sua trajetória política foi toda no Espírito Santo. Foi vereador em Cachoeiro de Itapemirim, passando a deputado estadual em 2004. Quatro anos depois, deputado federal e, em 2002, conquistou uma vaga no Senado.
Seu perfil sempre foi combativo. Ficou nacionalmente conhecido ao presidir a CPI da Pedofilia. Uma de suas principais bandeiras sempre foi a redução da maioridade penal e a prisão perpétua para pedófilos e narcotraficantes.
Na época do impeachment de Dilma Rousseff fez vídeos com discursos incisivos, confrontando o PT. Também foi ardente defensor de medidas mais duras no combate à corrupção.