O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), especulou que o Partido Democrata norte-americano possa substituir Joe Biden enquanto candidato à Presidência dos Estados Unidos, por motivos de saúde. Em entrevista à rádio Princesa FM, durante viagem à Bahia, Lula opinou que a condição do atual presidente americano é tema importante para a disputa eleitoral.
“Eu acho que o Biden é ele quem sabe. O Biden é quem tem que avaliar. Se ele achar que está bem, ele é candidato, ótimo. Mas se ele não está, é melhor eles [Democratas] tomarem uma decisão”, sugeriu o petista.
Apesar de manifestar apoio à candidatura Biden, Lula condicionou a permanência da mesma à melhora de saúde do presidente norte-americano: “Eu fico torcendo pelo Biden. Deus queira que ele esteja bem de saúde, que ele possa concorrer, senão o Partido Democrata pode indicar outra pessoa”.
Além disso, o chefe do Executivo brasileiro disse que Biden “tem um problema porque está andando mais lentamente, está demorando mais para responder as coisas”. No entanto, ponderou que “quem sabe da condição do Biden é o próprio Biden”.
Em relação ao debate presidencial promovido pela CNN na quinta-feira (27), Lula criticou o ex-presidente Donald Trump, concorrente do Partido Republicano – o qual chamou de “cidadão mentiroso”. Todavia, observou “fragilidade” e “morosidade” em Biden.
“O que foi chato é que, no debate, expuseram muito a fragilidade do Biden. E do lado dele tinha um cidadão mentiroso. Do outro, o Biden com certa morosidade para responder as coisas”, disse o presidente brasileiro.
Pesquisa encomendada pela CNN na última sexta-feira (28) mostra que 5% dos eleitores mudaram de voto, após debate nos EUA. Segundo o levantamento, eleitores que viam favoravelmente Biden caíram de 37% antes do debate para 31% depois. Já a avaliação positiva de Trump passou de 40% para 43%.
No domingo, líderes do Partido Democrata descartaram a chance de substituição de Biden à candidatura presidencial americana. Apesar de admitirem o fraco desempenho do atual líder dos EUA, pediram aos membros do partido que se concentrassem nas supostas más consequências de eventual segunda presidência de Trump.
Lula comentou ainda que as eleições nos Estados Unidos são muito importantes para o resto do mundo. Segundo o petista, a depender de quem ganhe e da política externa norte-americana, o mundo pode ser piorado ou melhorado. “O mundo precisa ficar mais humano, solidário, fraterno. As pessoas estão muito raivosas”, se queixou o presidente do Brasil.