O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu nesta quarta-feira (20), com honras de Estado, o ditador da China, Xi Jinping, com quem analisará a extensa agenda bilateral e as perspectivas globais após a participação de ambos na cúpula do G20.
O encontro será realizado no Palácio da Alvorada e representa uma grande deferência ao líder chinês, com quem Lula mantém uma relação próxima há mais de uma década, além do fato de que ambos os países representam as maiores economias do Sul Global.
De acordo com o Ministério das Relações Exteriores do Brasil, Lula e Xi analisarão a relação bilateral em todos os níveis, embora com ênfase no comércio, que é o motor das relações.
Espera-se também que discutam suas respectivas posições no cenário mundial diante da futura gestão do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, que tomará posse em 20 de janeiro.
Após uma reunião de trabalho, os dois líderes testemunharão a assinatura de cerca de 30 acordos, farão uma declaração aos jornalistas e, em seguida, Lula oferecerá um almoço para a delegação chinesa no Palácio da Alvorada.
Desde 2009, a China tem sido o maior parceiro comercial do Brasil e o comércio tem crescido desde então, atingindo um recorde de US$ 157,5 bilhões em 2023, com um superávit de US$ 51,1 bilhões a favor do país sul-americano, de acordo com estatísticas oficiais.
Neste ano, o comércio bilateral manteve o ritmo, totalizando US$ 136,3 bilhões entre janeiro e outubro.
Além do comércio, a cooperação bilateral abrange quase todos os setores, de acordo com um amplo acordo de parceria estratégica em vigor desde 2012, que agora incluirá a área de internet via satélite, de acordo com as negociações em andamento entre os dois governos.
Em nível global, além de serem membros do G20, que realizou sua cúpula anual na segunda e terça-feira no Rio de Janeiro, Brasil e China, juntamente com Rússia, Índia e África do Sul, são fundadores do BRICS, que no ano passado recebeu a adesão de Irã, Egito, Emirados Árabes e Etiópia.
O Brasil ocupará a presidência anual do BRICS em 2025 e sediará a próxima cúpula, portanto, presume-se que Xi Jinping retornará ao país nos próximos meses.