O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira (15) que “ainda” não reconhece a reeleição de Nicolás Maduro como presidente da Venezuela. O petista sugeriu a criação de um governo de coalizão ou a realização de novas eleições como soluções para o impasse sobre o pleito presidencial no país latino-americano.
“Se ele [Maduro] tiver bom senso, ele poderia fazer uma conclamação ao povo da Venezuela” sugeriu Lula. “Quem sabe até convocar novas eleições, estabelecer um critério de participação de todos os candidatos, criar um comitê eleitoral suprapartidário que participe todo mundo e deixar que entrem olheiros do mundo inteiro para ver as eleições.”
A fala do presidente, com histórico de amizade com Maduro, aconteceu durante uma entrevista à Rádio T, do Paraná. Mais uma vez, Lula afirmou que não quer tomar “decisões precipitadas”.
“Ontem, tive reunião com o presidente da Colômbia, e tive outra antes com Colômbia e México para encontrar uma saída”, destacou Lula. “Tem [Maduro] que apresentar os dados [atas]. Agora, os dados devem ser apresentados por algo que seja confiável. O Conselho Eleitoral da Venezuela, que tem gente da oposição, podia ser, mas ele [Maduro] mandou para a Suprema Corte dele.”
Lula ressaltou que a relação entre Brasil e Venezuela se deteriorou devido à crise política no país vizinho e disse que Maduro deve uma explicação tanto ao Brasil quanto à comunidade internacional.
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE), controlado pelo governo Maduro, anunciou sua vitória nas eleições realizadas no dia 28 de julho. O ditador foi proclamado presidente, apesar das evidências de fraude no pleito.
Mais de 80 % das atas foram obtidas pela oposição, os números apontam a vitória do candidato Edmundo González.
“Eu não posso dizer que a oposição foi vitoriosa, porque eu não tenho os dados”, disse Lula sem considerar as atas divulgadas por Maria Corina Machado no site da oposição.
“E muito menos eu posso dizer que o Maduro foi vitorioso, porque eu não tenho os dados. Eu não quero me comportar de forma apaixonada ou precipitada… Eu quero o resultado”, completou o presidente brasileiro.