O Governo Federal deverá decretar uma Garantia da Lei e da Ordem (GLO) durante a reunião de cúpula do G-20 no Rio de Janeiro, nos dias 18 e 19 de novembro. A informação foi divulgada nesta terça-feira (29) pelo secretário de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro, o delegado da Polícia Federal (PF), Victor Santos.
O alto comando da segurança estadual se reuniu com o secretário nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça (MJSP), Mário Sahubo, no Centro Integrado de Comando e Controle, no centro do Rio.
Santos destacou que, apesar dos casos de violência e criminalidade na cidade, o Rio de Janeiro está acostumado a receber grandes eventos, os quais foram todos bem-sucedidos.
O secretário do governador Cláudio Castro (PL) citou como exemplo a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio-92), além das Olimpíadas, dos Jogos Pan-Americanos, da Copa do Mundo e da Jornada Mundial da Juventude, entre outros eventos.
“Na realidade, é uma decisão do Governo Federal, pois o evento é internacional; portanto, neste momento, a força do estado é secundária”, disse Santos. ‘Com uma GLO, temos uma governança diferente, mas o Rio de Janeiro tem um bom histórico nesse aspecto, pois já realizamos grandes eventos aqui há muito tempo.”
Sahubo também destacou que a GLO é uma decisão exclusiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Assim como Santos, o secretário do MJSP é otimista em relação ao sucesso da reunião com os chefes de Estado no que diz respeito à segurança.
“Nós temos convicção de que tudo correrá da melhor maneira durante o G20”, disse Sahubo.
A possibilidade de GLO, que confere poder de polícia às Forças de Segurança Federais, já vinha sendo discutida nas reuniões preparatórias para o evento.
Para garantir o melhor fluxo das delegações, dos chefes de Estado e dos representantes das principais economias do mundo, será decretado um feriado prolongado no Rio de Janeiro, de 15 a 20 de novembro.
Na reunião, os dois secretários também definiram a criação de um grupo de trabalho para aproximar as forças federais das estaduais, com o objetivo de, no futuro, adotar medidas para monitorar o dinheiro movimentado pelo crime organizado carioca. De acordo com as autoridades, essa é a maneira mais eficaz de asfixiar as facções.
“Essa integração [das forças] é o que nós queremos para o dia a dia e de forma perene”, afirmou o carioca Santos.
Na semana passada, três inocentes foram mortos durante um confronto entre policiais e organizações criminosas na Avenida Brasil, na zona norte carioca, uma das principais vias de acesso à cidade. Motoristas e passageiros de ônibus permaneceram no asfalto por três horas para se proteger das balas.
