Lula acaba com programa de escolas cívico-militares de Bolsonaro

Por agência efe e renato pernambucano
13/07/2023 14:24 Atualizado: 13/07/2023 14:29

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva acabou nesta quarta-feira com um programa introduzido pelo antecessor, Jair Bolsonaro, que promovia a criação das chamadas escolas cívico-militares.

A decisão foi tomada após o Ministério da Educação (MEC) informar que não tinha “comprovado a eficácia” do programa promovido por Bolsonaro, que defendia que as escolas deviam “impor hierarquia”, como “se faz nos quartéis”.

Entre 2019 e 2022, no governo de Bolsonaro, foram abertas 216 escolas cívico-militares no país, nas quais a gestão pedagógica ficou a cargo de profissionais da área, mas a administração e os chamados “códigos de conduta” ficaram a cargo de pessoas ligadas às Forças Armadas.

Segundo o Ministério da Educação, nessas escolas haverá agora “uma transição criteriosa de atividades, que não compromete a vida cotidiana” de alunos e professores, e que se prolongará até o final do presente ano letivo, altura em que estas escolas voltarão a ter a mesma disciplina de todos os matriculados na rede pública.

Os militares que trabalhavam nessas escolas, segundo a decisão, serão progressivamente deslocados para outras funções, mas no âmbito das Forças Armadas.

Quando Bolsonaro anunciou este programa, em 2019, afirmou que um dos objetivos era que as escolas deixassem de “formar militantes políticos” e passassem a educar “para o trabalho”, com a “disciplina” própria dos quartéis.

As escolas cívico-militares foram também apresentadas como uma “ferramenta” contra o “marxismo cultural” que, segundo Bolsonaro, dominou o pensamento e a educação durante décadas.

Repercussão

Após a decisão do MEC, vários representantes estaduais se manifestaram e avaliam continuar com a iniciativa, alguns manifestando-se nas redes sociais.

O governador Romeu Zema decidiu que as escolas continuarão funcionando através da gestão compartilhada com os bombeiros:

O governador de São Paulo, Tarcísio Freitas, que relembrou o ensino de qualidade do Colégio Militar onde estudou, afirmou que editará um decreto para um programa estadual das escolas cívico-militares:

Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal e Santa Catarina também se posicionaram por manter ou adequar o modelo, contrariando a decisão do governo Lula.

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