Lockdown não deu certo em 2020 e, portanto, também não dará em 2021, observa Bolsonaro

03/03/2021 13:25 Atualizado: 03/03/2021 13:25

Por Brehnno Galgane, Terça Livre

O presidente da República, Jair Bolsonaro, criticou as recentes medidas de alguns governadores de impor o lockdown à população. Durante um diálogo em frente ao Palácio da Alvorada nesta segunda-feira (1/3), Bolsonaro reconheceu que tal medida não funcionou em 2020 e que, portanto, também não funcionará em 2021.

“Desculpe aí, pessoal, não vou falar de mim, mas não errei nenhuma [medida no combate à pandemia de coronavírus]. E não precisa ser inteligente para entender isso, tem que ter o mínimo de caráter”, disse Bolsonaro.

Durante a conversa com apoiadores, lembrou ainda que governo federal repassou todos os recursos aos Executivos locais e que, portanto, a responsabilidade é dos governadores, que estava com os recursos do governo federal em mãos, mas não utilizaram da forma devida.

“Não faltou dinheiro. Eles [governadores] têm que resolver os problemas”, ressaltou o presidente.

No último domingo (28/2), Bolsonaro publicou em seu Twitter todos os valores que o governo federal repassou aos respectivos governadores para o combate ao vírus chinês. Os valores abrangem tanto os repasses diretos (saúde, por exemplo) quanto os indiretos (como suspensão de dívidas).

Em Araraquara, por exemplo, o repasse do governo federal chegou a quase R$ 30 milhões, o suficiente para implementar 165 novos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Entretanto, segundo o Ministério da Saúde, somente 44 leitos foram implementados na cidade do Estado de São Paulo.

Em nota oficial divulgada nesta segunda-feira (1/3), 16 governadores condenaram a transparência do presidente Bolsonaro, dizendo que ele prioriza “a criação de confrontos, a construção de imagens maniqueístas e o enfraquecimento da cooperação federativa essencial aos interesses da população” ao publicar “má informação” e promover conflitos entre a sociedade e Executivos estaduais.

Governadores que assinaram a nota oficial:

  • Renan Filho (MDB), governador de Alagoas;
  • Waldez Góez (PDT), governador do Amapá;
  • Camilo Santana (PT), governador do Ceará;
  • Renato Casagrande (PSB), governador do Espírito Santo;
  • Ronaldo Caiado (DEM), governador de Goiás;
  • Flávio Dino (PC do B), governador do Maranhão;
  • Helder Barbalho (MDB), governador do Pará;
  • João Azevêdo (PSB), governador da Paraíba;
  • Ratinho Junior (PSD), governador do Paraná;
  • Paulo Câmara (PSB), governador de Pernambuco;
  • Wellington Dias (PT), governador do Piauí;
  • Cláudio Castro (PSC), governador do Rio de Janeiro;
  • Fátima Bezerra (PT), governadora do Rio Grande do Norte;
  • Eduardo Leite (PSDB), governador do Rio Grande do Sul;
  • João Doria (PSDB), governador de São Paulo;
  • Belivaldo Chagas (PSD), governador de Sergipe.

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