Por Brehnno Galgane, Terça Livre
O presidente da República, Jair Bolsonaro, criticou as recentes medidas de alguns governadores de impor o lockdown à população. Durante um diálogo em frente ao Palácio da Alvorada nesta segunda-feira (1/3), Bolsonaro reconheceu que tal medida não funcionou em 2020 e que, portanto, também não funcionará em 2021.
“Desculpe aí, pessoal, não vou falar de mim, mas não errei nenhuma [medida no combate à pandemia de coronavírus]. E não precisa ser inteligente para entender isso, tem que ter o mínimo de caráter”, disse Bolsonaro.
Durante a conversa com apoiadores, lembrou ainda que governo federal repassou todos os recursos aos Executivos locais e que, portanto, a responsabilidade é dos governadores, que estava com os recursos do governo federal em mãos, mas não utilizaram da forma devida.
“Não faltou dinheiro. Eles [governadores] têm que resolver os problemas”, ressaltou o presidente.
No último domingo (28/2), Bolsonaro publicou em seu Twitter todos os valores que o governo federal repassou aos respectivos governadores para o combate ao vírus chinês. Os valores abrangem tanto os repasses diretos (saúde, por exemplo) quanto os indiretos (como suspensão de dívidas).
Em Araraquara, por exemplo, o repasse do governo federal chegou a quase R$ 30 milhões, o suficiente para implementar 165 novos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Entretanto, segundo o Ministério da Saúde, somente 44 leitos foram implementados na cidade do Estado de São Paulo.
Em nota oficial divulgada nesta segunda-feira (1/3), 16 governadores condenaram a transparência do presidente Bolsonaro, dizendo que ele prioriza “a criação de confrontos, a construção de imagens maniqueístas e o enfraquecimento da cooperação federativa essencial aos interesses da população” ao publicar “má informação” e promover conflitos entre a sociedade e Executivos estaduais.
Governadores que assinaram a nota oficial:
- Renan Filho (MDB), governador de Alagoas;
- Waldez Góez (PDT), governador do Amapá;
- Camilo Santana (PT), governador do Ceará;
- Renato Casagrande (PSB), governador do Espírito Santo;
- Ronaldo Caiado (DEM), governador de Goiás;
- Flávio Dino (PC do B), governador do Maranhão;
- Helder Barbalho (MDB), governador do Pará;
- João Azevêdo (PSB), governador da Paraíba;
- Ratinho Junior (PSD), governador do Paraná;
- Paulo Câmara (PSB), governador de Pernambuco;
- Wellington Dias (PT), governador do Piauí;
- Cláudio Castro (PSC), governador do Rio de Janeiro;
- Fátima Bezerra (PT), governadora do Rio Grande do Norte;
- Eduardo Leite (PSDB), governador do Rio Grande do Sul;
- João Doria (PSDB), governador de São Paulo;
- Belivaldo Chagas (PSD), governador de Sergipe.
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