Levantamento do BC revela pessimismo empresarial com inflação e PIB em 2025

Expectativas apontam aumento nos custos e crescimento econômico limitado, com impactos no mercado de trabalho e poder de compra.

Por Redação Epoch Times Brasil
14/01/2025 10:10 Atualizado: 14/01/2025 10:10

Um levantamento realizado pelo Banco Central (BC), publicado nesta segunda-feira (13), revela um cenário de pessimismo entre as empresas brasileiras para o ano de 2025.

A pesquisa, que coleta a percepção de empresas não financeiras sobre variáveis econômicas relevantes, mostra expectativas negativas que terão impactos diretos na população.

O relatório destaca que a maioria das empresas consultadas considera a situação econômica atual como “discretamente negativa”, indicando um enfraquecimento na confiança no mercado interno.

Expectativas para inflação e PIB

Um dos principais pontos abordados pela pesquisa foi a expectativa para o índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial.

A mediana das projeções para 2025 passou de 4,0% em agosto para 4,2% em novembro. A média foi pior, saindo de 3,91% para 4,35%. Essa elevação reflete uma maior frequência de respostas indicando inflação entre 4,5% e 5,0%.

Além disso, a média do IPCA em 2026 também subiu de 3,71% para 4,04%.

A inflação mais alta afeta diretamente o poder de compra da população, com o aumento no custo de produtos e serviços essenciais. Para as empresas, isso implica custos operacionais mais elevados, o que pode resultar em preços ainda mais altos para o consumidor final.

No que diz respeito ao Produto Interno Bruto (PIB), as expectativas também apresentam mudanças. Para 2024, a mediana subiu de 2,2% para 3,0%, mas, para 2025, predominam projeções de crescimento modesto, em torno de 2,0%.

Esse cenário aponta para um ritmo de expansão econômica que pode ser insuficiente para gerar novos empregos ou melhorar significativamente as condições de vida da população.

Custos de mão de obra e margens de lucro

Outro ponto de destaque na pesquisa é o aumento esperado nos custos de mão de obra. A proporção de empresas que projetam crescimento desses custos acima de 4% aumentou.

Embora isso possa indicar uma tendência de correção salarial, também pressiona as margens de lucro das empresas, levando muitas a ajustarem seus preços para manter a rentabilidade.

Além disso, as expectativas para as margens de lucro nos próximos 12 meses também apresentaram uma piora. Com uma inflação projetada em alta e custos crescentes, empresas podem enfrentar dificuldades em manter seus resultados financeiros. Para a população, isso pode significar menor disposição dos setores em contratar ou oferecer promoções, além de colaborar para o aumento nos preços.

Taxa de câmbio em foco

A média das expectativas para a taxa de câmbio em um horizonte de seis meses ficou em R$ 5,67 por dólar, o que reflete uma visão otimista, diferente do mercado financeiro que espera R$ 6 por dólar.

A desvalorização do real encarece produtos importados, como eletrônicos e medicamentos, e também pode pressionar os preços de itens básicos, como combustíveis.

Impactos na população

O pessimismo retratado no Relatório Firmus pode influenciar diretamente a vida da população. A Inflação alta reduz o poder de compra e encarece desde alimentos até bens duráveis. O crescimento limitado do PIB sinaliza um mercado de trabalho estagnado, o que dificulta a geração de empregos e a melhoria salarial.

Com o real desvalorizado, as importações tornam-se mais caras e afeta o custo de vida. Além disso, a perspectiva de margens de lucro reduzidas pode levar à postergação de investimentos pelas empresas, prejudicando a expansão da economia e, consequentemente, o bem-estar geral.