Leilão de escolas: PM usa bombas de efeito moral contra manifestantes em frente à B3

Por Redação Epoch Times Brasil
04/11/2024 22:27 Atualizado: 04/11/2024 22:27

Manifestantes entraram em confronto com a Polícia Militar nesta segunda-feira (4), durante o leilão do segundo lote da Parceria Público-Privada (PPP) que ficará responsável pela construção e gestão de 16 escolas com ensino de nível médio e fundamental II. O evento aconteceu na Bolsa de Valores (B3), em São Paulo. 

Estudantes, militantes de partidos de esquerda e membros do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) protestaram contra a concessão em frente ao local. 

A situação se intensificou quando os manifestantes derrubaram uma grade de proteção, o que levou a Polícia Militar a utilizar bombas de gás lacrimogêneo e spray de pimenta para restaurar a ordem.

Segundo a Polícia Militar, os manifestantes tentaram invadir o local do leilão, resultando em “técnicas de controle de distúrbio civil para conter o grupo e restabelecer a ordem”. 

Apesar da tensão, o Consórcio SP + Escolas, liderado pela Agrimat Engenharia, saiu vitorioso no leilão. 

A proposta vencedora inclui não apenas a construção, mas também a manutenção, conservação, gestão e operação das novas unidades de ensino, com um deságio de 22,51% e contraprestações mensais de R$ 11,6 milhões. Essa proposta representa a maior oferta em relação ao valor máximo estipulado de R$ 14,9 milhões.

As novas escolas serão localizadas nos seguintes municípios:

  • Aguaí
  • Arujá
  • Atibaia
  • Campinas
  • Carapicuíba
  • Diadema
  • Guarulhos
  • Itapetininga
  • Leme
  • Limeira
  • Peruíbe
  • Salto de Pirapora
  • São João da Boa Vista
  • São José dos Campos
  • Sorocaba
  • Suzano

Além do consórcio vencedor, também participaram da disputa a CS Infra, do grupo Simpar, e o Consórcio Jope ISB, liderado pela Jope Infraestrutura Social Brasil. 

O contrato de concessão terá duração de 25 anos e prevê a criação de 476 salas de aula, resultando em 17.680 novas vagas. A gestão pedagógica permanecerá sob responsabilidade da Secretaria da Educação, enquanto a infraestrutura ficará a cargo da iniciativa privada.

Na semana passada, a Apeoesp obteve uma liminar que suspendia o leilão do primeiro lote e impedia a licitação do segundo. 

Contudo, poucos dias depois, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) anulou a liminar ao acatar recurso do governo estadual, que argumentou que a suspensão comprometia o cronograma de obras e a entrega de serviços essenciais. 

Para o sindicato, a gestão compartilhada representa uma ameaça à qualidade do serviço público educacional.