Por Italo Toni Bianchi, Terça Livre
O Secretário Nacional de Fomento e Incentivo à Cultura, André Porciúncula, concedeu entrevista ao programa Sem Censura, da TV Brasil, na última segunda-feira (11), onde explicou como a distribuição de verbas para projetos da Lei Rouanet funcionou durante os últimos anos.
Algumas informações trazidas pelo convidado assustaram até mesmo os jornalistas e a apresentadora do programa. Ele reafirmou que o governo não está contra o setor cultural, mas toma ações no sentido de permitir que uma estrutura sustentável seja criada a fim de melhor apoiar justamente os artistas que mais precisam.
Dentre as informações trazidas pelo Secretário, um dos destaques foram as auditorias sobre contratos vinculados à Secretaria de Fomento à Cultura, uma vez que nos últimos anos os governos passados nem ao menos sabiam se, de fato, a atividade cultural para a qual a verba era empenhada realmente acontecia.
O fator mais relevante na fala de Porciúncula é acerca da concentração de verba. São cerca de 20 mil projetos não auditados, segundo ele, onde 10% das grandes empresas ficavam com 78% da verba, estimada em R$13 bilhões. Assim, ações de descentralização para que o valor chegue na destinação correta vêm acontecendo.
Uma dessas ações é a descentralização, por exemplo, a fim de que grandes empresas sempre destinem 10% do valor de um projeto que será financiado para o pequeno produtor, iniciante, que nunca pegou a verba pública. O período máximo para financiamento de um mesmo artista não será superior a dois anos.
“A lei é de incentivo, de fomento à cultura, então vamos forçar que as grandes empresas difundam para o país afora a cultura; a intenção é criar gargalos burocráticos que impeçam essa concentração”, falou Porciúncula acerca dos mecanismos criados para impedir que as empresas fixem patrocínio a somente alguns artistas.
Com relação à análise de projetos, ele menciona a priorização de acervos de museus, festas populares e patrimônios históricos tombados. Essa medida é atrelada a um decreto presidencial que facilitou esses incentivos e restaurações, de acordo com ele.
Auditoria que permitiu ao Governo Federal levantar prioridades para projetos
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