Justiça de São Paulo considera ilegal prisão de dois dos três suspeitos de execução no aeroporto de Guarulhos

Matheus Soares Brito segue detido por ordem judicial, enquanto outros dois suspeitos têm prisões relaxadas por irregularidades no flagrante; investigações seguem sob sigilo.

Por Redação Epoch Times Brasil
09/12/2024 11:41 Atualizado: 09/12/2024 11:41

A Justiça de São Paulo manteve, no domingo (8), a prisão de Matheus Soares Brito, suspeito de envolvimento na execução de Vinícius Lopes Gritzbach. O crime ocorreu em 8 de novembro no Aeroporto Internacional de Guarulhos.

A decisão foi tomada durante audiência de custódia, na qual o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) não identificou irregularidades no cumprimento do mandado de prisão contra Brito. O mandado foi expedido como parte de uma investigação criminal em curso sob sigilo.

Entretanto, as prisões em flagrante de Allan Pereira Soares e Marcos Henrique Soares, também suspeitos de participação no crime, foram consideradas ilegais. A Justiça relaxou as prisões durante audiência de custódia.

Os dois haviam sido detidos sob a acusação de porte ilegal de arma de fogo, conforme o Artigo 16 da Lei nº 10.826/2003, que trata da posse e porte de armas de fogo de uso restrito. A representação do Ministério Público solicitou o relaxamento das prisões, justificando a ilegalidade do flagrante.

Após as detenções, os três suspeitos foram levados ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) em São Paulo. No local, eles prestaram depoimentos.

Durante as investigações, munições e aparelhos celulares foram apreendidos. Esses itens serão submetidos a análises periciais. As apurações continuam sob sigilo.

Vinícius Lopes Gritzbach, uma das vítimas da execução, havia firmado um acordo de delação premiada com o Ministério Público de São Paulo em março de 2024.

No depoimento, ele revelou esquemas de lavagem de dinheiro atribuídos ao Primeiro Comando da Capital (PCC). Ele também denunciou policiais civis por práticas de extorsão.

Parte do conteúdo da delação foi encaminhada à Corregedoria da Polícia Civil em outubro de 2024. Gritzbach foi ouvido na Corregedoria em 31 de outubro, apenas oito dias antes de ser assassinado.

O crime no Aeroporto Internacional de Guarulhos chocou a população. Dois homens armados atacaram Gritzbach e um motorista de aplicativo que estava no local. Ambos morreram no incidente.

Imagens de segurança do aeroporto e outros elementos estão sendo analisados. O inquérito policial busca identificar os responsáveis pela execução.

A Secretaria de Segurança Pública do Estado (SSP) informou que as investigações estão sendo conduzidas pelo DHPP. Os materiais apreendidos com os suspeitos estão sob análise.

Apesar das solturas de Allan e Marcos Soares, as autoridades continuam apurando possíveis conexões deles com o crime.