A Justiça da Paraíba concedeu a soltura de Lauremília Lucena, primeira-dama de João Pessoa, após sua prisão temporária, que ocorreu no meio de setembro. Ela é acusada de envolvimento em um esquema de aliciamento eleitoral e associação com uma organização criminosa, em meio às eleições municipais de 2024.
A soltura incluiu medidas como tornozeleira eletrônica, restrição de horários e proibição de contato com outros investigados. A Justiça considerou essas ações suficientes para garantir a investigação e a ordem pública, sem necessidade de prisão preventiva.
A prisão temporária da primeira-dama foi parte de um esforço para desmantelar um suposto esquema criminoso que buscava influenciar as eleições municipais, envolvendo a cooptação de eleitores em áreas controladas por facções.
O caso chamou a atenção do público devido ao impacto político, uma vez que Lauremília é esposa do prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena, que não é alvo da investigação.
Durante a operação “Território Livre”, a Polícia Federal realizou diversas prisões, incluindo a da vereadora Raíssa Lacerda, também acusada de aliciamento eleitoral e uso de métodos violentos para garantir apoio político
A operação teve como objetivo garantir a liberdade de voto e impedir a influência de grupos criminosos nas eleições. As investigações revelaram que o aliciamento envolvia ameaças diretas aos eleitores, com o apoio de facções criminosas em áreas específicas de João Pessoa.
A prisão de Lauremília Lucena ocorreu dentro desse contexto, com a suspeita de que ela, junto com outros envolvidos, teria facilitado o contato entre políticos e essas facções, com o objetivo de garantir votos nas eleições municipais.
Lauremília Lucena, por meio de sua defesa, nega envolvimento em qualquer ato ilícito e afirmou que vai trabalhar para provar sua inocência ao longo do processo. Segundo a defesa, não há provas concretas de sua participação nos supostos crimes.
A defesa de Lauremília Lucena já entrou com recursos na Justiça para tentar derrubar as medidas cautelares impostas, argumentando que a primeira-dama não representa risco ao andamento da investigação.
A soltura dela, no entanto, foi vista como uma concessão parcial, uma vez que a Justiça entendeu que, embora ainda seja necessário supervisionar suas ações, a prisão preventiva poderia ser substituída por restrições menos severas.
O caso segue em investigação pela Polícia Federal. A expectativa é de que novos desdobramentos ocorram nas próximas semanas, com possíveis novas ações policiais e audiências judiciais sobre o tema.