Julho apresenta queda generalizada no Índice de Confiança do Empresário Industrial

Região Sudeste que abriga a maior parte das indústrias do país foi uma das mais afetadas pela alta do dólar.

Por Matheus de Andrade
24/07/2024 21:51 Atualizado: 24/07/2024 21:51

Em julho de 2024, o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) registrou uma queda significativa em 18 dos 29 setores analisados, afetando tanto pequenas quanto grandes empresas, evidenciando uma preocupação generalizada com o ambiente econômico atual.

A região Sudeste apresentou uma queda de 50,5 pontos em junho para 49,0 pontos em julho, cruzando a linha de 50 pontos que separa confiança de falta de confiança. Essa mudança é particularmente preocupante para uma região que é responsável por uma parcela significativa da produção industrial e do PIB nacional.

Paula Verlangeiro, analista de políticas e indústria da CNI, explica que a região Sudeste abriga a maior parte das indústrias e estão mais conectadas com o comércio global. Assim, a região sentiu com maior intensidade a alta taxa de câmbio durante o mês de julho. “A situação atual, tanto para a empresa, como para a economia brasileira tem demonstrado uma piora para essa região”, afirmou ela.

Outras regiões também enfrentaram declínios na confiança. O Centro-Oeste e o Norte do país registraram quedas de 1,9 e 1,6 pontos, respectivamente, enquanto o Sul permaneceu estável, ainda abaixo da linha de confiança com 47,9 pontos. Por outro lado, o Nordeste apresentou uma leve queda de 0,2 pontos, mantendo-se relativamente mais otimista com 55,3 pontos.

Pequenas empresas viram seu índice cair para 49,3 pontos, indicando uma falta de confiança crescente. Médias e grandes empresas, embora ainda confiantes, também apresentaram quedas no índice, registrando 50,6 pontos e grandes empresas 51,6 pontos, ambas abaixo dos patamares registrados no mês anterior.

Dentre os setores, aqueles relacionados a tecnologias de ponta e máquinas e equipamentos mostraram os níveis mais baixos de confiança, 45,9 e 46,6 pontos respectivamente. Setores tradicionais como metalurgia e produtos de material plástico também ficaram abaixo da linha de confiança, com 47,3 e 46,8 pontos, respectivamente.

O setor de farmoquímicos e de manutenção e reparos foram os que apresentaram maior taxa de confiança, ambos com 57,3 pontos.