Por Brehnno Galgane, Terça Livre
A juíza Caroline Figueiredo, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, declarou na última quarta-feira (16) réu por organização criminosa o ex-governador do Estado do Rio de Janeiro, Wilson Witzel.
A magistrada, além de Witzel, também aceitou a denúncia do Ministério Público Federal de outros onze nomes, acusados de integrar uma organização criminosa que praticava corrupção ativa e passiva, peculato, fraude em licitações e lavagem de dinheiro.
Entre os acusados encontram-se Helena Witzel (esposa do político), Lucas Tristão (ex-secretário de Desenvolvimento Econômico), Edmar Santos (ex-secretário de Saúde) e o Pastor Everaldo (presidente do PSC).
Segundo a juíza, o ex-governador seria “o principal líder da organização criminosa”, que utilizou o escritório de advocacia da esposa, Helena, para lavar dinheiro ilícito proveniente de recursos públicos.
“A organização criminosa, somente com esse esquema ilícito de contratação de organizações sociais na área de saúde, tinha por pretensão angariar quase R$ 400 milhões de valores ilícitos, ao final de quatro anos, na medida em que objetivava cobrar 5% de propina de todos os contratos”, explicou Lindôra Araújo, subprocuradora-geral da República, na denúncia apresentada contra Witzel, em setembro de 2020, ao Superior Tribunal de Justiça.
Ao comentar a decisão, o analista político Italo Lorenzon lembrou o fato do governo de Witzel ter gasto R$ 25 milhões em jardinagem para Hospital de Campanha.
“Quanto isso daria em leitos de UTI? Ou quanto isso daria em vacinas?”, questionou.
“Dos sete [hospitais de campanha] que foram licitados e pagos, apenas um foi aberto, e o pior: para ser fechado logo em seguida”, apontou o analista político.