Jornalistas da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) aprovaram, em assembleia realizada no dia 18 de setembro de 2024, um indicativo de nova greve para os dias 25 e 26 de setembro. Uma proposta apresentada pelo governo tem gerado insatisfação por desrespeitar a “isonomia salarial”.
A primeira paralisação dos jornalistas da EBC ocorreu nos dias 3 e 4 de setembro, com 95% de adesão. O movimento foi motivado pela falta de diálogo da direção da empresa, que, segundo os trabalhadores, não apresentou alternativas às mudanças propostas no PCR.
Mesmo com a paralisação anterior, a direção da EBC não se mostrou disposta a negociar mudanças no plano, que foi tornado público há apenas dois meses.
O novo Plano de Cargos e Remunerações (PCR), segundo os trabalhadores, cria uma tabela salarial 12% inferior para jornalistas em comparação a outros profissionais de nível superior da empresa.
De acordo com o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal (SJPDF), o novo modelo de salário-hora foi “concebida de forma discriminatória”, pois não se aplica a outras empresas públicas ou privadas e busca contornar a legislação trabalhista específica para jornalistas.
Com o novo sistema de salário-hora, em vez de um salário fixo, os jornalistas receberiam mediante as horas trabalhadas.
A greve foi inicialmente planejada para ocorrer na terceira semana de setembro, mas foi adiada para aguardar uma resposta do do ministro Paulo Pimenta, que retornou ao cargo recentemente a Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República.
A proposta do novo PCR foi aprovada pelo Conselho de Administração da EBC e está sob análise da Secom antes de seguir para o MGI.
Os jornalistas da EBC afirmam que não se opõem ao PCR, mas exigem correções nas distorções que afetam seus direitos. A categoria enfatiza que a luta é pela preservação de seus direitos, pelo cumprimento da legislação trabalhista e pela valorização dos profissionais da comunicação.
Durante a primeira greve, representantes dos jornalistas participaram de reuniões com membros da Secom e da Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (Sest), vinculada ao MGI. Embora os encontros tenham aberto um canal de diálogo, até o momento não houve avanços concretos nas negociações.