O Jornalista e filósofo, Fernando Luís Schüler, recebeu no Fórum da Liberdade 2024 o prêmio Liberdade de Imprensa 2024. Seu discurso foi marcado pela exaltação da liberdade de expressão e de imprensa e de críticas aos excessos de Alexandre de Moraes e outros ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
O evento abordou o tema Admirável Mundo Livre? e aconteceu na PUC-RS, em Porto Alegre, contando com a presença de figuras públicas importantes do Brasil e do exterior como Marco Aurélio Mello (jurista e ex-ministro do STF), Michel Temer (ex-Presidente do Brasil), Marcel van Hattem (Deputado Federal – NOVO), Michael Shellenberger (jornalista) entre outros.
“Eu gostaria de fazer aqui uma rápida e singela homenagem a uma figura, que é uma referência para mim, e que se pautou esses anos todos pela defesa, às vezes difícil, da liberdade de expressão no Brasil” disse Schüler, citando nominalmente o ministro aposentado Marco Aurélio Mello. O ministro foi o responsável por chamar o “Inquérito das Fake News” de Inquérito do Fim do Mundo.
O jornalista também afirmou que achava “curioso que a gente, no Brasil, hoje, estejamos discutindo coisas que pensávamos que havíamos resolvido”.
Schüler citou o caso de Marcel van Hattem, que possui uma ação contra seu nome tramitando na Justiça e que o parlamentar “não sabe o mérito e nem o conteúdo” e nem tem acesso ao processo.
O jornalista também citou uma frase, do filósofo francês Montesquieu, dizendo “Se as nossas garantias dependem da objetividade da lei, nós temos a liberdade. Do contrário, nós estamos sujeitos ao governo dos homens e não das leis”.
Fernando Schüler também criticou julgamentos baseados no que o juiz “acha que é uma ameaça a democracia, ou sobre o que o juiz acha que é um discurso de ódio, ou o que o juiz acha que é verdade ou inverdade” e classificou esses julgamentos como uma “interpretação muito subjetiva e falível de alguma autoridade que detém o poder”.
Schüler também citou John Milton, ex-Secretário de Línguas Estrangeiras da Comunidade da Inglaterra, dizendo que a verdade estava espalhada pela sociedade e que não estava nas mãos de um grupo de juízes.
Recordando o tempo em que o debate público no Brasil ocorria de maneira livre e que o tema da censura era considerado um debate encerrado, o jornalista afirmou sob fortes aplausos: “Porém hoje… as coisas mudaram no Brasil e… hoje, eu confesso para vocês, eu sinto vergonha da nossa democracia”.
Ao declarar que tinha “vergonha da nossa democracia”, Fernando Schüler citou alguns casos de pessoas banidas das redes sociais e outras medidas autoritárias:
- Marcos Cintra, economista formado em Harvard banido após questionar as urnas eletrônicas
- Um grupo de empresários que tiveram suas contas banidas após conversas privadas no Whatsapp, como é o caso de Luciano Hang
- Empresas de redes sociais que foram impedidas pelo Estado de se posicionarem contra o PL das FakeNews
- Bruno Aiub, o Monark, que está nos Estados Unidos, devido a censura e perseguição sofrida no Brasil. Entre outros.
Para finalizar seu discurso ele informou que só pararia de falar no assunto “quando o Brasil voltar a ser uma democracia-liberal”.
Fernando Luís Schüler disse que dedicava o prêmio para todas as pessoas “perseguidas, banidas e censuradas no Brasil hoje” e que em nome delas continuaria escrevendo.