Está sob avaliação do ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), a solicitação de prisão do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), do ex-presidente da República José Sarney (PMDB-AP) e do senador Romero Jucá (PMDB-RR), feita pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, com fundamento nas gravações do ex-senador e ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado. No caso de Sarney, o procurador-geral solicitou prisão domiciliar, com tornozeleira eletrônica.
Janot avalia que, nos diálogos em que falam mal da Operação Lava Jato, os políticos estavam “tramando” a obstrução da Justiça. A informação é atribuída a ministros do STF e foi divulgada nesta terça-feira (7) pelo jornal O Globo.
Zavascki está analisando a solicitação há aproximadamente dez dias. Desde seu recebimento, o ministro deu início a uma série de consultas não oficiais sobre o assunto junto aos outros participantes da Corte e o tema terminou vazando.
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Janot também solicitou o afastamento de Renan Calheiros da presidência do Senado, justificando-se de forma semelhante como fez contra Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que terminaria por afastá-lo da presidência da Câmara e do mandato de deputado federal.
A PGR julgou os “indícios de conspiração” como mais sérios do que os que que acarretaram na prisão do senador, à época, Delcídio do Amaral (ex-PT/MS), em novembro de 2015, porque os três senadores pretendiam acabar com toda a Operação Lava Jato.
Para a pessoa que tem acesso às investigações, é certo que, se a tramoia não fosse descoberta e comprovada pelas gravações de Sérgio Machado, os investigados teriam mudado as leis segundo sua conveniência. Os procuradores consideram até que Sarney, inclusive sem mandato, “controla bancadas” na Câmara e no Senado.