Ministério da Cultura Minc (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

“Janjapalooza”: deputados questionam critérios do governo ao gastar R$ 900 mil com 30 artistas

13/11/2024 14:45 Atualizado: 13/11/2024 14:45

Os deputados federais do PL, Cabo Gilberto (PB) e Gustavo Gayer (GO), apresentaram requerimentos de informação à ministra da Cultura, Margareth Menezes, sobre o festival de música apelidado como “Janjapalooza”.

O motivo é o anúncio pelo Ministério da Cultura (Minc) de, nas palavras da pasta, um “cachê simbólico” de R$ 30 mil a cada um dos 30 artistas que farão apresentações no Janjapalooza — totalizando R$ 900 mil.

“Informamos que para o evento citado todos os artistas receberão o mesmo valor”, disse o Minc.

Oficialmente chamado Aliança Global Festival Contra a Fome e a Pobreza, o evento ocorrerá entre os dias 14 e 16 de novembro, na Praça Mauá, Zona Portuária do Rio de Janeiro, durante a semana do G20.

Financiado por estatais

Segundo os organizadores, o evento visa arrecadar fundos e chamar a atenção para a luta contra a fome e a pobreza. No entanto, a verba para o festival será custeada por diversas estatais, como Banco do Brasil, BNDES, Caixa Econômica Federal, Itaipu e Petrobras.

Outros patrocinadores serão a Prefeitura do Rio de Janeiro, a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud).

Requerimentos

Os dois parlamentares questionaram o critério para a escolha dos artistas e o uso dos recursos públicos no financiamento do festival.

Gayer defende em seu requerimento que “a escolha de gastar quantias consideráveis em shows e performances artísticas, em vez de investir diretamente em projetos concretos de combate à fome e apoio às famílias vulneráveis, é motivo de debate”.

Já Silva sustenta no seu documento que “o desperdício de dinheiro público realizado pelo Ministério da Cultura, em um momento de grave crise econômica, é um verdadeiro desrespeito aos cidadãos que arcam com a alta carga tributária do país”.