O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a variação dos preços para famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos, registrou deflação de 0,02%. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o recuo foi impulsionado pelas quedas nos grupos de Alimentação e bebidas e Habitação. Todos os demais grupos registraram alta em agosto.
Este resultado de -0,2% representa uma desaceleração em relação à alta de preços de 0,38% observada em julho. No acumulado do ano, o IPCA atingiu 2,85%, enquanto, nos últimos 12 meses, a inflação foi de 4,24%, abaixo dos 4,50%—limite da meta da inflação—registrado no mês anterior.
Queda nos preços de alimentos e habitação
Em agosto, o grupo Alimentação e bebidas registrou o segundo mês de queda, após recuar 1,00% em julho. A alimentação no domicílio caiu 0,73%, com destaque para a batata inglesa (-19,04%), tomate (-16,89%) e cebola (-16,85%). Em contrapartida, mamão (17,58%), banana-prata (11,37%) e café moído (3,70%) tiveram alta.
O grupo Habitação também recuou, com queda de 2,77% nas tarifas de energia elétrica, devido ao retorno da bandeira verde. Houve ainda redução nos preços de água, esgoto e gás encanado em diversas regiões do país.
Alta nos demais setores
Apesar da deflação geral do IPCA, todos os demais setores medidos pelo IBGE registraram alta em agosto. O grupo Educação teve a maior variação, com alta de 0,73%, impulsionada por reajustes nos cursos regulares, como ensino superior (1,09%) e fundamental (0,57%). Cursos de idiomas e outros também subiram.
Artigos de residência aumentou 0,74%, principalmente devido ao aumento nos preços de móveis e eletrodomésticos. O grupo Vestuário subiu 0,39%, com destaque para roupas masculinas e calçados.
O setor de Transportes permaneceu estável (0,00%), mas internamente houve alta nos combustíveis, como gás veicular (4,10%), gasolina (0,67%) e óleo diesel (0,37%). A queda de 4,93% nas passagens aéreas ajudou a equilibrar o impacto no setor.
INPC também registra queda
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a variação do preço para famílias com rendimento de 1 a 5 salários mínimos, registrou queda de 0,14% em agosto, após alta de 0,26% em julho. No ano, o INPC acumula alta de 2,80%, e nos últimos 12 meses, o índice subiu 3,71%.
A redução foi impulsionada pela queda de 0,63% nos preços dos alimentos. No entanto, como no IPCA, os demais setores tiveram aumento, embora de forma mais moderada. Entre as regiões, São Luís registrou a maior queda no INPC, de 0,58%, puxada pela redução nos preços do tomate e da energia elétrica.