O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que é considerado a prévia da inflação oficial, que mede a variação dos preços, apresentou uma alta de 0,54% em outubro. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (24) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado ficou acima da expectativa de instituições privadas como a Warren Investimentos, que previa uma alta de 0,46%, e também acima da expectativa do mercado publicada no Relatório Focus do Banco Central publicado na segunda-feira (21), que previa 0,49%. Isso evidencia pressões inflacionárias maiores do que o esperado.
A inflação acumulada em 12 meses alcançou 4,47%, superando os 4,38% projetados previamente. Esse valor reflete um cenário inflacionário mais complexo e pressionado próximo do limite de 4,5% para o fim de 2024.
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, oito registraram alta em outubro.
O grupo de Habitação teve a maior variação, com aumento de 1,72%, aumento impulsionado principalmente pela energia elétrica residencial, que subiu 5,29%. O impacto desse grupo no índice foi de 0,26%.
No grupo Alimentação e Bebidas, houve uma alta de 0,87%, sendo a segunda maior contribuição para o IPCA-15 de outubro. A alimentação no domicílio registrou aumento de 0,95%, impulsionada por itens como contrafilé (5,42%), café moído (4,58%) e leite longa vida (2,00%).
Outro destaque foi o grupo de Saúde e Cuidados Pessoais, que teve alta de 0,49%. Essa alta reflete principalmente o reajuste dos planos de saúde autorizados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
No grupo de Transportes, foi registrada uma deflação de -0,33%. Esse resultado foi influenciado principalmente pela queda de 11,40% nas passagens aéreas. Além disso, houve redução nos preços de ônibus urbano (-2,49%) e trem (-1,59%), devido à gratuidade nas passagens concedida no dia das eleições municipais, em 6 de outubro.
Regionalmente, todas as áreas pesquisadas apresentaram alta em outubro.
As expectativas do mercado para a inflação ao final de 2024 também foram revisadas para cima. Segundo o Relatório Focus, publicado em 18 de outubro, a projeção para o IPCA ao final do ano subiu para 4,50%.
A próxima divulgação do IPCA-15, prevista para novembro, será crucial para entender se a tendência de aceleração se mantém ou se haverá uma estabilização dos preços.
Enquanto isso, o Banco Central segue utilizando a política monetária como principal ferramenta para controlar a inflação. O mercado espera que ano termine com a taxa Selic em 11,75%, mas elevou a expectativa da taxa Selic de 2025 em 0,25%, para 11,25%. O objetivo é manter a inflação dentro do intervalo de tolerância da meta e evitar que novos choques de oferta impactem a economia de forma prolongada.