As expectativas para a inflação e outros indicadores econômicos continuam em alta, conforme o relatório Focus do Banco Central divulgado na segunda-feira (9). A projeção do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu para 4,20%, em comparação aos 4,00% de quatro semanas atrás. O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) também aumentou, alcançando 3,73%, frente aos 3,42% previstos no mês anterior.
O IPCA, principal indicador de inflação no Brasil, reflete o aumento dos preços no país. Especificamente, o IPCA dos preços administrados, que incluem tarifas públicas como energia elétrica e combustíveis, subiu de 4,11% para 4,75%. Isso mostra a dificuldade em controlar a inflação, mesmo com as políticas monetárias recentes.
A manutenção da taxa Selic em 10,50% ao ano mostra que o Banco Central está vigilante, mas a persistência das pressões inflacionárias pode exigir ajustes futuros na taxa básica de juros.
A alta inflação reduz o poder de compra e aumenta o custo de bens e serviços essenciais. A expectativa de inflação mais alta gera incerteza econômica, levando a um ambiente de maior cautela no consumo e investimentos.
IGP-M e outros indicadores
O IGP-M, referência para reajustes de aluguéis e tarifas, teve sua previsão elevada de 3,42% para 3,73% em 2024, influenciado pela volatilidade do câmbio e dos preços das commodities. A alta do dólar, de R$5,22 para R$5,30, aumenta os custos dos insumos importados, impactando diretamente o IGP-M.
PIB e contas externas
Por outro lado, a projeção do Produto Interno Bruto (PIB) manteve-se estável em 2,20% para 2024, sinalizando que, apesar das pressões inflacionárias, a economia segue firme.
Nas contas externas, o saldo da balança comercial subiu levemente para US$82,44 bilhões, e o déficit em conta corrente aumentou para US$38 bilhões.
Perspectivas fiscais e dívida pública
A dívida líquida do setor público permaneceu estável em 63,70% do PIB para 2024, mas há uma tendência de alta para os próximos anos, podendo atingir 71,45% do PIB em 2027.
O resultado primário foi revisado para um déficit de 0,69% do PIB em 2024, evidenciando os desafios do governo em equilibrar as contas públicas em meio ao crescimento moderado e à pressão inflacionária.